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Oftalmologia30 março 2023

Prevalência de miopia e tamanho do olho em adultos no Brasil: o que sabemos sobre isso?

No Brasil, são poucos estudos de prevalência, que estimam em torno de 13% na população geral. Um estudo recente avaliou a condição em adolescentes e jovens adultos.

Por Juliana Rosa

A localização da imagem formada no olho depende da curvatura corneana, do poder do cristalino e do comprimento axial (tamanho do olho). A miopia ocorre quando a imagem é focada na frente da retina. A prevalência de miopia, atualmente, depende de vários fatores como a etnia, a idade, a região, sendo mais prevalente em cidades industrializadas com maior status educacional.

Leia também: Miopia: o que o oftalmologista precisa saber?

Prevalência da miopia

Em países asiáticos, a miopia teve enorme crescimento mas em todas as partes do mundo o crescimento é significativo nas últimas décadas. No Brasil, são poucos estudos de prevalência, que estimam algo em torno de 13% na população geral, mas ainda existe necessidade de estudos epidemiológicos atuais para estimar a situação real.  

Apesar de se desenvolver geralmente na criança, pode aparecer também em adultos jovens ou adolescentes. Quanto mais precoce o início da miopia, maior será o grau final esperado no adulto. A progressão é mais comumente produzida por um aumento do crescimento axial do que por alteração de outros componentes. A medida do comprimento axial tem sido considerada a forma mais acurada de monitorar a progressão da miopia. A miopia é classificada pela OMS como baixa (> -3 D), média ( -3 a -5 D), alta (≤ -5 D). O IMI (International Myopia Institute) considera alta miopia <-6 D.  

Pacientes com alta miopia e consequentemente comprimento axial maior que 26mm tem maiores riscos de piora da acuidade visual na fase adulta por maculopatia miópica, descolamento de retina e glaucoma. Apesar do crescimento do olho ter sido bem estudado na infância, poucos estudos falam sobre esse fator no adulto jovem.

Estudo

Um estudo realizado em Cuiabá e publicado esse ano teve como objetivo avaliar a distribuição das ametropias e da biometria e suas relações com idade e história familiar de miopia. O estudo foi realizado numa população de adolescentes de 17 a 19 anos a adultos jovens de 20 a 24 anos.  

Para isso, foram avaliados 128 estudantes de medicina. A média de idade foi de 21.28 ± 2.18 anos. 34.4% eram homens e 65.6% eram mulheres. Em relação aos erros refrativos, 14.1% eram hipermétropes, 32% eram emétropes, 47,7% eram míopes (muito maior do que o encontrado na média dos estudos anteriores) e 6.3% eram altos míopes.  

A média de idade por semana de atividades externas era 5.82 +/- 5.80 horas. A média do comprimento axial foi de 24.17 ± 1.07 mm, maior do que o estudo de São Paulo que avaliou uma população adulta e encontrou AL 23.19 e 22.73 mm para homens e mulheres, respectivamente. Os estudantes míopes tiveram uma média de comprimento axial maior, de 24.53 ± 0.89 mm.  

Leia também: Qual a evidência para as várias intervenções na progressão da miopia em crianças?

Mensagem final

O estudo mostrou correlação positiva entre o equivalente esférico e o comprimento axial. Em relação à história familiar de miopia, esteve presente em 62,50% dos estudantes com miopia. O estudo tem a limitação de utilizar uma amostra de 6 semestres de uma única faculdade de medicina, representando uma amostra pequena. Além disso, pode haver um vies no convite aos estudantes, já que se tratava de um estudo longitudinal sobre miopia. 

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Referências bibliográficas

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