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Oftalmologia26 setembro 2022

Como diferenciar conjuntivite, uveíte e glaucoma agudo na emergência?

Sintomas comuns como vermelhidão podem gerar um diagnóstico errado de conjuntivite, pois também são características de uveíte.

Por Juliana Rosa

A primeira coisa que todo mundo pensa quando vê um olho vermelho é: Ih, conjuntivite!  O termo conjuntivite se refere a uma inflamação da conjuntiva. Mas nem todo olho vermelho é uma conjuntivite infecciosa. Classicamente a conjuntivite infecciosa se apresenta como um quadro de olho vermelho, secreção aquosa, lacrimejamento, sensação de corpo estranho, fotofobia e olho que acorda colado.

As conjuntivites não infecciosas incluem as causas irritativas, tóxicas, por redução na produção de lágrima (seca) e por alterações palpebrais com irritação mecânica. As conjuntivites infecciosas são geralmente bacterianas ou virais. As conjuntivites agudas bilaterais são  na maioria das vezes virais. Na conjuntivite bacteriana, em geral, a secreção pode ser mais importante, com aspecto mucopurulento e o achado de papilas conjuntivais no exame oftalmológico.

Leia também: Nova opção de tratamento para melanoma uveal

Sempre que um paciente chega com olho vermelho, um dos questionamentos é se o paciente usa lentes de contato. Usuários de lentes de contato são mais propensos a infecção ocular (principalmente se não aderem aos cuidados corretos de uso). Todo usuário de lentes de contato com olho vermelho deve ser avaliado por oftalmologista quanto a possibilidade de ceratites infecciosas (infecção da córnea) que pode estar associada a infecção principalmente por Pseudomonas ou por Acanthamoeba.

Ambas são potencialmente graves. Nos casos de não acometimento da córnea, com secreção aquosa e hiperemia bilateral, a conjuntivite viral ainda é a mais comum. Naqueles com o mesmo quadro, mas com prurido ocular e alergias sistêmicas, a conjuntivite alérgica também é bastante comum. As reações alérgicas costumam cursar com edema palpebral e de conjuntivas (quemose), além dos sintomas já citados. 

Outro achado comum na emergência é a hemorragia subconjuntival que ocorre mais comumente nos pacientes que usam anticoagulantes orais e naqueles com hipertensão arterial descontrolada. Além desses, aqueles com relato de manobra de valsalva (esforço evacuatório, tosse importante, vômitos) e de trauma ocular. O quadro é de sangramento abaixo da conjuntiva que pode ser localizado ou mais difuso e geralmente é reabsorvido espontaneamente no período de 2 semanas. 

A uveíte é a inflamação ocular que afeta as camadas intermediárias do tecido ocular (uvea), que correspondem a íris, corpo ciliar e coróide. Os sinais podem ocorrer de forma mais abrupta ou mais lenta. Além do quadro de olho vermelho, em geral o paciente apresenta dor, fotofobia e em alguns casos borramento visual e floaters. Pode afetar um ou os dois olhos, afetando pessoas de todas as idades, incluindo crianças.

Possíveis causas de uveíte são infecções, traumas doenças inflamatórias ou autoimunes. Em muitos casos a causa pode não ser identificada. A uveíte em alguns casos pode levar a perda visual, sendo muito importante o diagnóstico precoce para prevenir complicações e preservar a visão. Todo quadro de olho vermelho precisa de avaliação oftalmológica principalmente quando associado a dor para descartar uveíte e glaucoma agudo. 

O glaucoma agudo de ângulo fechado é uma emergência médica. A pressão intra-ocular sobe rapidamente, e em questão de horas, o nervo óptico pode ser destruído, levando a perda irreversível da visão. Os principais sintomas do glaucoma agudo além da hiperemia ocular são dor, náuseas e vômitos, visão borrada/ diminuição da visão. O paciente precisa ser tratado imediatamente, objetivando a diminuição da pressão intraocular e consequente manutenção da viabilidade do nervo óptico e da visão. 

 

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