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Oftalmologia23 março 2025

Benefícios da fenestração do nervo óptico através da abordagem transconjuntival

Análise teve como objetivo determinar os efeitos da abordagem transconjuntival na melhora da acuidade visual, do campo visual e do edema de nervo óptico

A hipertensão intracraniana idiopática (IIH), anteriormente conhecida como “pseudotumor cerebral” ou “hipertensão intracraniana benigna”, se manifesta principalmente por distúrbios visuais, dores de cabeça e tontura, devido ao aumento da pressão intracraniana (ICP). Acomete principalmente mulheres jovens e obesas, embora sua causa ainda não seja bem compreendida. A maioria dos pacientes apresenta edema de papila bilateral e simétrico, o que pode levar à perda visual, em casos graves.  

O tratamento inicial normalmente envolve métodos não cirúrgicos, como perda de peso e diuréticos, como terapia de primeira linha. No entanto, as opções não cirúrgicas permanecem ineficazes em cerca de 25% dos casos, necessitando de intervenções cirúrgicas, como a fenestração da bainha do nervo óptico (ONSF), desvio de líquido cefalorraquidiano (LCR), stent do seio venoso ou cirurgia bariátrica.  

Na ONSF realiza-se uma abertura na bainha do nervo óptico para reduzir a pressão do LCR, liberando espaço subaracnoide na órbita e tem como objetivo, preservar a visão, mas não consegue tratar a causa subjacente. Além disso, essa técnica está associada a baixo risco de complicações graves, especialmente quando realizada por via transconjuntival endoscópica. 

O objetivo principal dessa análise foi determinar os efeitos desse procedimento na melhora da acuidade visual, do campo visual e do edema de nervo óptico. 

Método  

A avaliação somente do lado onde a ONSF foi realizada. Os resultados foram categorizados como melhora ou não na acuidade visual, campo visual e no edema de disco. Houve heterogeneidade entre os resultados, em especial quanto à avaliação de acuidade visual. 

Resultados 

A análise revelou que a ONSF melhora significativamente a acuidade visual e no campo visual na maioria dos pacientes e em quase 100% houve redução do edema disco óptico. 

Discussã 

A eficácia das intervenções cirúrgicas na melhoria da acuidade visual, do campo visual e na redução do edema de disco óptico reforça seu uso na prática clínica.  

A heterogeneidade dos resultados, ressalta a necessidade da avaliação individualizada de cada paciente. 

Dados de acompanhamento sugerem que a ONSF pode fornecer melhora na função visual a longo prazo. No entanto, alguns pacientes podem experimentar uma recorrência de sintomas, necessitando de procedimentos adicionais. Portanto, o acompanhamento e a possibilidade de intervenções adicionais, devem ser considerados. 

Embora a ONSF seja altamente eficaz na redução do edema de papila, a presença de atrofia óptica prévia à cirurgia reduz a possibilidade de melhora visual. 

Mensagem prática 

Concluímos a eficácia e a segurança da ONSF transconjuntival quando realizada precocemene, na melhora dos resultados visuais para pacientes com IIH. Pesquisas adicionais são necessárias para padronizar os métodos tornando os resultados mais homogêneos.  

Na prática clínica, a IIH tem sido cada vez mais frequente, em especial entre crianças e adolescentes, que nem sempre apresentam os fatores de risco comumente associados, portanto otimizar procedimentos cirúrgicos visando a melhora das alternativas de tratamento são importantes para a condução desses casos.

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