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A epilepsia é uma doença crônica causada por diversas etiologias e caracterizada pela recorrência de crises epilépticas não provocadas. Esta condição tem consequências neurobiológicas, cognitivas, psicológicas e sociais e prejudica diretamente a qualidade de vida do paciente.
O tratamento de escolha inicial é o travento com drogas anticonvulsivantes, entretanto existe um grupo de pacientes com epilepsia que continua a apresentar crises, apesar do tratamento medicamentoso. Nesse caso, faz-se necessário buscar outra opção para ajudar no controle de crises. Uma dessas modalidades é o tratamento cirúrgico.
Durante a avaliação, o paciente passa por uma série de exames que inclui videoeletroencefalograma, ressonância de crânio, avaliação neuropsicológica, para, assim, definir se é um candidato ao tratamento cirúrgico.
Segue abaixo os critérios para definição de procedimento cirúrgico para epilepsia:
1) Paciente com diagnóstico de epilepsia por meio de avaliação clínica e eletroencefalográfica;
2) Excluir diagnósticos alternativos: eventos não-epiléticos (crises não epiléticas psicogênicas, síncopes e etc);
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3) Epilepsia não-controlada com, pelo menos, dois esquemas farmacológicos em monoterapia ou associação de drogas antiepiléticas em doses adequadas. Considerando que as drogas utilizadas são de eficácia comprovada para o tipo de epilepsia;
4) O procedimento cirúrgico não deve ser ofertado para pacientes com epilepsia controlada com tratamento medicamentoso, objetivando retirada do medicamento;
5) O paciente deve realizar avaliação pré-cirúrgica com exame neurológico e exames complementares para a definição do procedimento cirúrgico mais adequado.
Considerar que, para a realização do procedimento cirúrgico, a área epileptogênica deve ser identificada através de exames de imagem específicos e o paciente deve ser considerado de baixo risco para declínio cognitivo após ressecção da lesão. Importante ressaltar que o tratamento cirúrgico não tem como objetivo a retirada da medicação, e sim ajudar no controle de crises, e que mesmo após a realização de cirurgia, a redução da medicação deve ser avaliada cautelosamente.
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