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Medicina do Esporte18 fevereiro 2020

Fisiologia do treinamento: o básico para o médico

Durante uma consulta você já se deparou com algum paciente com dúvidas sobre a interação da patologia ou do tratamento proposto com seu treinamento?

Por Fernando Teles

Durante uma consulta você já se deparou com algum paciente com dúvidas sobre a interação da patologia ou do tratamento proposto com seu esporte e seus treinos? O que despende mais calorias? Qual o melhor para emagrecer? Por quanto tempo e quantas vezes preciso treinar?

Compreender as vias metabólicas humanas é fundamental para visualizar a especificidade da exigência física de cada paciente e individualizar orientações.

halteres e tenis em cima da mesa, representando o treinamento

Treinamento

Cada tipo de esporte ou treino tem suas características e, portanto, demandas diferentes sobre o corpo humano. Entre as variáveis básicas a serem levadas em conta pode-se citar:

  • Frequência dos treinos: vezes por semana;
  • Intensidade: regenerativo / leve / moderado / intenso;
  • Tempo: duração;
  • Tipo: aeróbio / anaeróbio / resistência / força / potência;
  • Intervalo: contínuo / intervalado.

As características acima determinam o volume, a especifidade do treino e em que etapa fisiológica o processo de adaptação ocorrerá com maior predomínio. Por exemplo, pode-se ter melhora da aptidão física (condicionamento) advinda do aumento do volume sistólico cardíaco (adaptação central) ou por aumento da densidade mitocondrial e eficiência enzimática muscular (adaptação periférica).

E por quanto tempo se mantém o condicionamento físico?

As adaptações fisiológicas do treinamento iniciam com o primeiro dia de treino e levam semanas para atingir um nível estável. Em contrapartida, logo com 1 a 2 semanas de destreinamento ocorre redução significativa da aptidão física. Perde-se a maior parte das adaptações com 4 a 5 semanas de interrupção, praticamente regredindo ao ponto inicial.

Então quantas vezes por semana preciso treinar?

Os efeitos benéficos do exercício no organismo tendem a perdurar por no máximo 48 horas. Por exemplo, os mecanismos que auxiliam na redução da pressão arterial em paciente com HAS ou os que amplificam a sensibilidade periférica à insulina nos pacientes com DM2. Com isso orienta-se evitar períodos mais longos sem treinos (maiores que 48 horas).

Mais do autor: Doping: o que o médico precisa saber ao atender um atleta?

Quanto tempo precisa durar um treino?

De acordo com o Colégio Americano de Medicina Esportiva (ACSM) a dose MÍNIMA de exercício para um indivíduo obter benefícios para saúde é de 150 minutos de intensidade moderada ou 75 minutos de intensidade vigorosa por semana. Recomenda-se acumular de 150 a 300 minutos de exercício para maximizar os benefícios.

Lembrando que o volume de treino deve ser distribuído durante a semana evitando períodos maiores de 48 horas de inatividade, como descrito anteriormente. Por exemplo, 30 minutos de exercício de intensidade moderada cinco vezes por semana.

Referências bibliográficas:

  • Powers, SK; Howley, ET. Fisiologia do exercício: teoria e aplicação ao condicionamento e ao desempenho. 9 ed. São Paulo: Manole; 2015
  • Andrade, MS; Lira, CAB. Fisiologia do Exercício. 1. ed. São Paulo: Manole, 2016
  • Garber, CE; et al. ACSM Position Stand – Quantity and Quality of Exercise for developing and Maintaining Cardiorespiratory, Musculoskeletal, and Neuromotor Fitness in Apparently Healthy Adults: Gudiance for prescribing Exercise. Med Sci Sports Exerc. Julho 2011.

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