Um terço das pessoas com mais de 50 anos vivem com dores crônicas no Brasil

O Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos (ELSI-Brasil) mostrou que 36,9% dos brasileiros com mais de 50 anos sofrem com dores crônicas, e que 30% desses se utilizam de opioides para alívio da dor.

“A gente tem hoje uma epidemia de uso de opioides nos Estados Unidos que está se agravando. Isso ainda é pouco discutido no Brasil, mas nós já temos uma prevalência alta do uso desses medicamentos”, afirmou a pesquisadora Fernanda Lima-Costa (Fiocruz/UFMG), parte da equipe responsável pela produção do estudo.

Os dados também apontaram a prevalência maior de dores crônicas em mulheres, população de baixa renda, quem possui diagnóstico para artrite, dor nas costas/coluna, depressão e histórico de quedas e hospitalizações.

Atendimento no SUS

Para atender uma parte dessa população com dor crônica, uma lei sancionada recentemente garante o atendimento integral através do Sistema Único de Saúde (SUS) para pessoas com síndrome de fibromialgia, fadiga crônica, síndrome complexa de dor regional ou outras doenças correlatas, com direito a fisioterapia, atividade física, atendimento psicológico e acompanhamento nutricional.

Envelhecimento populacional

Para a coordenadora de Saúde da Pessoa Idosa na Atenção Primária do Ministério da Saúde, Lígia Gualberto, o envelhecimento da população, com declínio da massa muscular e os consequentes prejuízos à mobilidade influem diretamente no quadro apresentado no estudo. Sendo, portanto, necessário que se invista na prática de atividades físicas entre outros hábitos para garantir um envelhecimento saudável.

Através do Guia de Cuidados para a Pessoa Idosa, o Ministério da Saúde recomenda, entre outras práticas:

• Atividade física;
• Alimentação saudável;
• Atenção à saúde mental.
• Manutenção de relações sociais.

Este artigo foi revisado pela equipe médica do Portal.