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Medicina de Família2 setembro 2020

Como evitar a transmissão por Covid-19 durante as visitas domiciliares na Atenção Primária?

As visitas domiciliares são um recurso essencial na atuação dos Médicos de Família e Comunidade, a pandemia dificulta a realização de visitas na comunidade, mas não deve impedi-las de acontecerem.

Por Renato Bergallo

As visitas domiciliares são um recurso essencial na atuação dos Médicos de Família e Comunidade. Além de possibilitarem o atendimento de pacientes com limitações de locomoção e que não possam ir à unidade, também permitem uma abordagem mais integral ao indivíduo e à família. Dessa forma, ampliando o olhar sobre diversos fatores que influenciam no processo saúde-doença. O cenário de pandemia dificulta a realização de visitas na comunidade, mas não deve impedi-las de acontecerem. Nesse sentido, é importante conhecer as orientações de segurança para evitar o contágio da doença, tanto pelos pacientes, quanto pelos profissionais de saúde.

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Orientações para as famílias

Em primeiro lugar, antes da realização da visita, a família do paciente deve receber algumas orientações. É importante que apenas os familiares que necessitem cuidar do paciente estejam no domicílio durante a visita, com todos os moradores utilizando máscaras caseiras. Para a higienização das solas dos sapatos dos profissionais da equipe de saúde, recomenda-se que a família coloque um pano umedecido com água sanitária na porta da casa. Por fim, manter as janelas abertas de modo a possibilitar a ventilação e limpar superfícies frequentemente tocadas, como maçanetas, também auxiliam na segurança.

Orientações para os profissionais de saúde

Os profissionais de saúde devem levar consigo o equipamento de proteção individual (EPI) necessário para o tipo de atendimento — e utilizar as técnicas de paramentação e desparamentação de forma correta — bem como álcool gel, sabonete líquido e papel descartável, uma vez que muitos domicílios não irão contar com tais recursos. Deve-se evitar o uso de toalhas da casa e tocar maçanetas, grades de cama, cadeiras ou mesas. Além disso, é importante manter os cuidados na unidade também: uso de máscara, distanciamento seguro entre profissionais e higienização constante de superfícies das áreas comuns.

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Orientações para o veículo

No caso de utilização de carro para levar a equipe ao domicílio do paciente, deve-se atentar para algumas recomendações. No caso de veículos com capacidade para 5 pessoas, tentar levar no máximo 4, de modo a garantir um mínimo distanciamento entre os ocupantes, mantendo os vidros das janelas abertos. Higienizar as mãos com álcool gel ao entrar e sair do carro e desinfectar regularmente o interior com água sanitária ou álcool também é importante. Por fim, além de não entrar no carro com o EPI utilizado durante a visita, é válido separar no carro uma área “suja”, onde podem ser colocados os objetos que encostaram em superfícies potencialmente contaminadas (na unidade ou no domicílio do paciente), como o porta-malas por exemplo, e uma área “limpa”, onde os profissionais de saúde, já desparamentados, devem sentar.

A realização de visitas domiciliares deve ser estimulada. Entretanto, sempre levando em consideração as recomendações das autoridades sanitárias, de acordo com o momento epidemiológico de cada região. Por diminuir o deslocamento de pacientes na rua, protegendo, assim, principalmente aqueles com fatores de risco para Covid-19, as visitas se mostram como um recurso estratégico. Vale lembrar, contudo, que existem outras atividades das quais se pode lançar mão para garantir a segurança do paciente dessa mesma maneira, como a obtenção de informações por Agentes Comunitários de Saúde e atendimentos à distância por telessaúde. Cabe à equipe definir as estratégias de priorização para cada uma das abordagens, de modo a garantir o adequado cuidado em saúde de sua população.

Referências bibliográficas:

Savassi LCM, et al. Recomendações para a Atenção Domiciliar em período de pandemia por Covid-19: Recomendações conjuntas do GT Atenção Domiciliar SBMFC e da ABRASAD. Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, Rio de Janeiro. 2020;15(42):2611. doi: 10.5712/rbmfc15(42)2611.

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