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Medicina de Emergência16 novembro 2015

Maior atenção e cuidado na hora de prescrever fluoroquinolonas

As fluoroquinolonas são um grupo de antibióticos altamente utilizados na prática clínica, principalmente para o tratamento das infecções pulmonares e do aparelho geniturinário. Conhecido também são seus efeitos colaterais e os riscos envolvidos no uso destes antibióticos. Recentemente o FDA (Food Drug Administration), principal agência de regulamentação alimentar e de medicamentos dos EUA, através do …

Por Bruno Lagoeiro

As fluoroquinolonas são um grupo de antibióticos altamente utilizados na prática clínica, principalmente para o tratamento das infecções pulmonares e do aparelho geniturinário. Conhecido também são seus efeitos colaterais e os riscos envolvidos no uso destes antibióticos.

Recentemente o FDA (Food Drug Administration), principal agência de regulamentação alimentar e de medicamentos dos EUA, através do seu comitê de controle de antimicrobianos, reuniu-se para debater o uso de fluoroquinolonas no tratamento de 3 patologias muito comuns: Sinusite bacteriana, Descompensação Bacteriana de Bronquite Crônica – DPOC (DBBC-DPOC) e Infecção urinária não complicada.

As fluoroquinolonas aprovadas para o tratamento destas doenças são de uso muito comum. Estão entre elas o ciprofloxacino, levofloxacino, moxifloxacino, ofloxacino e gemifloxacino.

A grande questão debatida pelo comitê é o fato de que nos últimos anos houe um aumento no número de pacientes que relataram efeitos colaterais com o uso destes antimicrobianos. Os principais efeitos colaterais descritos são: tendinite, ruptura de tendões, efeitos nos sistema nervoso central, neuropatia periférica, miastenia gravis, prolongamento do QT e torsade de pointes.

O aumento na ocorrência de efeitos colaterais e o uso indiscriminado destes medicamentos em infecções recorrentes fez com que o FDA refletisse sobre a possibilidade de direcionar indicações mais precisas para as patologias citadas acima.

Para sinusite bacteriana, discutiu-se principalmente a grande dificuldade em diferenciar casos de infecção viral e bacteriana. Mesmo nos grandes estudos houve dificuldade para definir o real efeito benéfico do uso do antimicrobiano quando comparado ao placebo. Os guidelines mais modernos indicam o uso preferencial de antimicrobianos para os casos onde a sinusite apresenta sintomas mais severos, indicando uma probabilidade maior de infecção bacteriana e encorajam a escolha por beta-lactamicos par este tratamento.

Nos casos de DBBC-DPOC leve, o tratamento com antibióticos possui no máximo efeito moderado. Pacientes com acometimento moderado a grave devem receber antibiótico terapia, com efeito muito significativo no tratamento.

Para pacientes com o infecção urinária não complicada estudos apontam que o uso das fluoroquinolonas possuem efeito muito significativo na erradicação bacteriana e alívio dos sintomas. Porém, alguns estudos comparativos com AINEs apontaram efeito semelhante no alívio dos sintomas deste tipo de infecção. O comitê apontou que esta indicação de uso de fluoroquinolonas deve ser a mais bem revista, com novos estudos em busca de outras opções para o tratamento antimicrobiano.

A cada ano que se passa maior é o debate nas indicações de antimicrobianos. O controle na compra e prescrição tem sido fundamental. O grande temor não envolvem apenas os possíveis efeitos colaterais, porém também o grande aumento da resistência bacteriana. A prescrição consciente de antibióticos é fundamental para reduzir esses efeitos e faz parte da responsabilidade médica e educação dos pacientes.

 

 

FDA Panel Says Fluoroquinolones Need Stronger Warnings. Medscape. Nov 06, 2015.

 

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