Nesta semana em conteúdos compartilhados do Whitebook Clinical Decision, apresentamos: conceitos básicos para manejo da via área avançada.
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Conceitos
A via aérea é uma das prioridades do manejo do paciente em emergência. É necessário muito cuidado para a correta avaliação e escolha da abordagem a ser seguida em cada caso. Existem diversos tipos de técnicas e instrumentos de manutenção de uma via aérea adequada. É fundamental o reconhecimento precoce do paciente em potencial risco de evoluir para insuficiência respiratória aguda, ou que já esteja neste estado.
Sinais e sintomas de alarme
- Trauma Crânio Encefálico (TCE);
- Trauma de face;
- Cornagem;
- Utilização de musculatura acessória;
- Trauma de pescoço;
- Intoxicações;
- Cianose;
- Apneia;
- Pacientes potencialmente em risco de broncoaspiração;
- Lesão da via aérea por inalação;
- Convulsões sucessivas e reentrantes;
- Incapacidade de manter ventilação adequada sob máscara.
Procedimentos de auxílio
- Sempre solicitar ajuda;
- Monitorização contínua do paciente grave;
- Aspiração de conteúdo em cavidade oral;
- Ventilação com máscara + ambu em fonte de O2;
- Sedação adequada do paciente, para permitir um procedimento rápido e não traumático.
Intubação Nasotraqueal
- Indicada para pacientes que respiram espontaneamente. Parte-se do mesmo principio de colocação de cânula nasofarígea (facilitar o fluxo aéreo). Trata-se de uma via aérea definitiva.
Indicações
- Paciente consciente;
- Impossibilidade de visualização de estruturas anatômicas durante a laringoscopia;
- Trismo intenso;
- Impossibilidade de posicionar o paciente em decúbito dorsal.
Contra-indicações
- Apneia;
- Fratura de base de crânio;
- Trauma da face.
Máscara Laríngea
- Trata-se de uma alternativa para garantir a via aérea pérvia quando a ventilação sob máscara não obteve sucesso, quando não há a possibilidade de intubação orotraqueal ou quando não houve sucesso da intubação após varias tentativas.
- É um tubo semicurvo que inicia-se em um conector e termina em uma pequena mascara inflável.
- Não é considerada uma via aérea definitiva. Tentar substituí-la assim que for possível (máximo de 4-8 horas).
Intubação Orotraqueal
- Trata-se do principal tipo de via aérea não cirúrgica. É a mais utilizada e com os melhores resultados.
Indicações
- Perda dos reflexos de proteção das vias aéreas;
- Escore de Glasgow ≤ 8;
- Insuficiência respiratória;
- Para cárdiorrespiratória;
- Necessidade de assistência ventilatória prolongada ou controle da ventilação pulmonar;
- Condição potencialmente obstrutivas das vias aéreas (anafilaxia, infecções e queimadura de vias aéreas);
- Necessidade de sedação;
- Doenças neurológicas;
- Instabilidade hemodinâmica.
Cuidados
- Não hiperinsuflar o balonete do tubo: usar um volume de ar suficiente para conseguir vedação adequada;
- Observar a expansão pulmonar durante a ventilação;
- Se o paciente for transportado, a posição do tubo deverá ser reavaliada.
Complicações
- Broncoaspiração (vômitos);
- Intubação esofágica;
- Intubação seletiva, colapso pulmonar e pneumotórax;
- Laceração de partes moles das vias aéreas;
- Lesão da coluna cervical por movimentação da cabeça durante o procedimento;
- Luxação da mandíbula;
- Fratura ou arrancamento de dentes;
- Ruptura ou vazamento do balonete do tubo;
- Trauma de via aérea, hemorragia e aspiração.
Cricotireoidostomia
- Na impossibilidade da realização da IOT, opta-se por esta via, apesar da possibilidade de complicações no atendimento emergencial. Esse procedimento não é aconselhável em crianças (risco de lesão irreversível). É um acesso temporário, que pode ser por técnica cirúrgica ou por punção.
Contraindicação relativa: Pacientes menores de 12 anos (crico cirúrgica).
Complicações
- Hemorragias;
- Falso trajeto;
- Enfisema subcutâneo;
- Pneumotórax;
- Lesão da corda vocal;
- Estenose traqueal;
- Infecções;
- Traqueomalácia.
Traqueostomia
- Trata-se do acesso cirúrgico definitivo das vias aéreas através de uma abertura traqueal e posicionamente da cânula. É um procedimento eletivo e comumente realizado em pacientes com tempo prolongado de IOT (usualmente, mais que 7-14 dias).
Indicações
- Ventilação prolongada;
- Trauma facial grave;
- Fraturas de laringe;
- Neoplasias de cabeça e pescoço;
- Toalete traqueobrônquica;
- Via aérea cirúrgica em pacientes menores de 12 anos.
Complicações
- Hemorragias;
- Falso trajeto;
- Pneumotórax;
- Laceração traqueal;
- Infecções;
- Enfisemas;
- Obstrução;
- Desposicionamento da cânula (decanulação precoce ou tardia);
- Estenose de traqueia;
- Fístula traqueoesofágica;
- Fístula traqueocutânea.
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