Whitebook: hepatite D
Esta semana, em nossa publicação semanal de conteúdos compartilhados do Whitebook Clinical Decision, falaremos sobre hepatite D.
Esta semana cobrimos o CROI e um dos assuntos de destaque foi a importância clínica do HDV e uma nova opção de tratamento. Por isso, vamos abordar, em nossa publicação semanal de conteúdos compartilhados do Whitebook Clinical Decision, a apresentação clínica da hepatite D.
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Apresentação clínica da hepatite D
Anamnese
Epidemiologia: Estima-se que 62-72 milhões dos 587 milhões de pacientes com hepatite B estejam infectados pelo vírus D. Aparentemente é mais comum em homens. Já foram identificados 8 genótipos, com predomínio de genótipo I no Ocidente e II e IV no Oriente. Surtos de infecção pelo genótipo III ocorrem na Venezuela, Colômbia, Peru e Brasil, enquanto os genótipos V a VIII circulam na África. O risco anual de cirrose é de 2,8-4%.
Quadro clínico:
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- Pode variar de casos assintomáticos até hepatite fulminante. A maioria dos casos de coinfecção se manifesta como uma forma de hepatite aguda benigna, assemelhando-se ao quadro clássico de hepatite B aguda:
- A infecção aguda pelo vírus D pode se manifestar com fadiga, hiporexia, icterícia e vômitos. Na coinfecção, geralmente observam-se dois picos de elevação de transaminases com intervalo de 2-5 semanas entre eles. O primeiro pico, geralmente, é associado à infecção pelo vírus B, e o segundo, pelo vírus delta. Os sintomas desaparecem com 2-10 semanas. O risco de insuficiência hepática aguda fulminante é maior na coinfecção do que na monoinfecção pelo vírus B;
- Em pacientes com infecção crônica pelo vírus B e D, podem ser encontrados fadiga, hiporexia, náuseas, dor em hipocôndrio direito e artralgia. Deve-se atentar a sinais de insuficiência hepática crônica. A evolução é mais agressiva que na hepatite B crônica isolada.
Hepatite viral aguda:
- Período prodrômico ou pré-ictérico: Após o período de incubação do agente etiológico e anteriormente ao aparecimento da icterícia. Os sintomas são inespecíficos e incluem anorexia, náuseas, vômitos, diarreia ou, raramente, constipação, febre baixa, cefaleia, mal-estar, astenia e fadiga, aversão ao paladar e/ou olfato, mialgia, fotofobia, desconforto no hipocôndrio direito, urticária, artralgia ou artrite, e exantema papular ou maculopapular;
- Fase ictérica: Consiste no aparecimento da icterícia, com concomitante diminuição dos sintomas prodrômicos. Observa-se hepatomegalia dolorosa, com ocasional esplenomegalia;
- Fase de convalescença: Ocorre após o desaparecimento da icterícia. A recuperação completa pode ocorrer após algumas semanas, mas a fraqueza e o cansaço podem persistir por vários meses.
Hepatite viral crônica: A cronicidade se caracteriza pela detecção de material genético ou de antígenos virais por um período de 6 meses após o diagnóstico inicial. A infecção crônica pode cursar de forma oligo/assintomática ou sintomática, normalmente com agravamento da doença hepática a longo prazo.
Nesses casos, os indivíduos apresentam sinais histológicos de lesão hepática (inflamação, com ou sem fibrose) e marcadores sorológicos ou virológicos de replicação viral, e podem transmitir o vírus. A cronicidade é elevada na superinfecção (> 70% dos casos) e menor na coinfecção (~ 5%).
Marcadores de gravidade: Evolução para cirrose e/ou carcinoma hepatocelular.
Fatores de risco:
- Usuários de drogas injetáveis;
- Homens que fazem sexo com homens;
- Indivíduos com múltiplos parceiros sexuais;
- Indivíduos portadores do vírus HIV ou da hepatite C;
- Indivíduos com história de múltiplas transfusões;
- Regiões de alta prevalência para vírus D.
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