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Infectologia23 dezembro 2021

Paxlovid: FDA autoriza primeiro tratamento oral contra Covid-19 leve

No último dia 22, a FDA autorizou o uso emergencial do primeiro antiviral para tratamento oral de Covid-19, o Paxlovid da Pfizer.

Durante a pandemia, muito se discutiu sobre tratamento precoce para Covid-19 e diversas drogas já conhecidas (hidroxicloroquina, azitromicina, ivermectina) foram levantadas como a esperança de tratamento em períodos sombrios, porém, após estudos, elas não se estabeleceram como tratamento eficaz.

No último dia 22, a Food and Drugs Administration (FDA) fez um anúncio muito aguardado nos últimos meses: autorizou o uso emergencial do primeiro antiviral para tratamento oral de Covid-19. Trata-se do Paxlovid da Pfizer, que são comprimidos de nirmatrelvir e comprimidos de ritonavir, coembalados para uso oral.

Segundo dados divulgados pela Pfizer e compartilhados no site da FDA, o Paxlovid reduziu significativamente a proporção de pessoas com hospitalização ou morte relacionada com Covid-19 por qualquer causa em 88% em comparação com o placebo entre os pacientes tratados dentro de cinco dias do início dos sintomas e que não receberam tratamento terapêutico com anticorpo monoclonal Covid-19.

paxlovid da Pfizer

Reprodução: Pfizer/Handout

Paxlovid

Como mecanismo de ação, o nirmatrelvir inibe uma proteína SARS-CoV-2 para impedir a replicação do vírus, enquanto o ritonavir retarda a degradação do nirmatrelvir para ajudá-lo a permanecer no corpo por um período mais longo em concentrações mais elevadas.

A medicação deve ser administrada na forma de três comprimidos (dois comprimidos de nirmatrelvir e um comprimido de ritonavir) tomados em conjunto por via oral, duas vezes ao dia, durante cinco dias, num total de 30 comprimidos.

Veja mais: Influenza x Covid-19: 5 dicas para a abordagem da síndrome gripal

Orientações gerais sobre a medicação

Segundo a FDA, o Paxlovid está indicado para o tratamento da Covid-19 leve a moderada em adultos e pacientes pediátricos (12 anos de idade ou mais pesando pelo menos 40kg) com resultados positivos do teste direto de SARS-CoV-2. A agência ressaltou indicação para casos que apresentam alto risco de progressão para Covid-19 grave, incluindo hospitalização ou morte. Outros pontos importantes a serem considerados são:

  • Paxlovid não está autorizado para a prevenção pré-exposição ou pós-exposição de Covid-19 ou para o início do tratamento em pessoas que necessitem de hospitalização devido a Covid-19 grave ou crítico;
  • Paxlovid não é um substituto da vacinação, que deve ser realizada nos pacientes com indicação.

Com relação ao início do tratamento, a agência orientou que o paciente comece o uso imediatamente após o diagnóstico e dentro de cinco dias após o início dos sintomas. Nos EUA, a medicação será dispensada apenas com receituário médico. Como efeitos colaterais, podem ser citados diminuição do paladar, diarreia, hipertensão e dores musculares.

Vale ressaltar que a medicação foi autorizada para uso emergencial, o que é diferente de ter sido de fato autorizada pelo FDA. Neste contexto, a FDA avaliou a totalidade das evidências científicas disponíveis e buscou equilibrar riscos conhecidos ou potenciais com quaisquer benefícios do produto. Com base na revisão realizada, a agência determinou que é razoável acreditar que o Paxlovid pode ser eficaz para o tratamento de Covid-19 leve a moderado em pacientes indicados.

Esta autorização surge como uma ponta de esperança em um momento que o mundo se preocupa com o surgimento das novas variantes. No Brasil, ainda não temos um posicionamento oficial da Anvisa, porém já há rumores de que o valor da medicação é bastante elevado ($530 por tratamento).

Leia também: Ômicron: a nova variante de preocupação do SARS-CoV-2

Nosso Portal estará ligado nas novidades com relação ao Paxlovid e assim que possível traremos análises relativas aos estudos com a medicação!

Referências bibliográficas:

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