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Ginecologia e Obstetrícia25 julho 2023

Desfechos maternos graves após covid-19 são mais prevalentes em gestantes negras

Foram selecionadas para o estudo 285 mulheres com testes positivos para covid-19, 120 classificadas como negras e 165 não negras.

Uma análise da Universidade de Campinas (Unicamp) avaliou o impacto da raça em desfechos maternos e perinatais de gestantes com covid-19 no Brasil, utilizando dados do REBRACO (Rede Brasileira em estudos do covid-19 em Obstetrícia), uma coorte multicêntrica que coletou informações de 729 mulheres com sintomas respiratórios em 15 maternidades brasileiras entre fevereiro de 2020 e fevereiro de 2021. 

Metodologia

Para esta subanálise foram selecionadas 285 mulheres com testes positivos para covid-19, 120 classificadas como negras e 165 não negras. A classificação de raça seguiu os parâmetros do IBGE para o qual a população negra inclui pessoas que se autodeclaram negros ou pardos, a população não negra foi constituída das outras autodeclarações (branco, amarelo ou indígena). 

Também foram utilizados e comparados dados sociodemográficos, caraterísticas obstétricas e comorbidades. A maior parte das mulheres vivia na região Sudeste, com a região Norte-Nordeste (agrupadas para o estudo) em segundo lugar para mulheres negras e a Sul para mulheres não negras. 

Achados 

O estudo encontrou uma maior dependência do sistema público de saúde por parte de mulheres negras, 75,5%, contra 68,3% para mulheres não negras, também foi verificada uma frequência maior de desfechos adversos nessa população. Mulheres negras tinham maior probabilidade de serem admitidas com dessaturação (OR 3,723, CI 1,408–9,844) e SRAG (OR 2,216, CI 1,166–4,211), juntas essas condições aumentavam a necessidade de cuidado intensivo entre essas mulheres. Óbito materno foi significativamente maior entre mulheres negras (7,8%) comparado com o grupo de mulheres não negras, 2,6%, (p = 0,048).

Leia também: Desfechos maternos após síndrome respiratória aguda grave comparando gestantes vacinadas e não vacinadas

Conclusão do estudo 

Considerando a maior probabilidade de mulheres negras grávidas ou puérperas com covid-19 terem maior probabilidade de apresentar dessaturação, SRAG e internação em UTI; além do maior índice de mortalidade, para as autoras são necessárias medidas para reduzir as disparidades raciais nos desfechos da gravidez e discutir as causas dessas disparidades. 

Este artigo foi revisado pela equipe médica do Portal PEBMED. 

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Referências bibliográficas

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