Nos últimos trinta anos houve um grande avanço no campo da cirurgia minimamente invasiva (CMI) oncológica. Estudos recentes mostram que a CMI quando comparada a histerectomia radical aberta (HRA), apresenta índices de sobrevida similares, porém, com menores complicações cirúrgicas.
Análise recente: histerectomia radical aberta ou videolaparoscópica
Em abril de 2022, foi publicado um estudo retrospectivo pela American College of Surgeons National Surgical Quality Improvement Program (ACS NSQIP). Com o objetivo de identificar a incidência, tipo e grau de eventos adversos pós-operatórios em mulheres com câncer do colo do útero em estágio inicial submetidas a histerectomia radical minimamente invasiva (HRMI) vs. histerectomia radical abdominal (HRA), e determinar os fatores de risco associados a esses eventos adversos.
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HRA teve uma incidência significativamente aumentada de qualquer evento adverso pós-operatório quando comparada à HRMI (31,2% versus 19,9%, p < 0,001). Houve uma maior incidência de infecção do sítio cirúrgico (ISC), tanto profunda quanto superficial, e maior sangramento, além de transfusões nas pacientes submetidas a HRA. Na regressão logística multivariada, a abordagem cirúrgica abdominal foi o único fator de risco significativamente associado a qualquer evento adverso pós-operatório (OR 1,4, IC 1,1-1,9, p=0,018).
Conclusão
Segundo os autores do estudo, a abordagem cirúrgica abdominal para histerectomia radical no câncer de colo de útero em estágio inicial foi associada a uma maior incidência de eventos adversos pós-operatórios em comparação com a abordagem minimamente invasiva. Este é mais um estudo que comprova a indicação de CMI para paciente oncológica, mostrando seus benefícios pós-operatórios e sua segurança.
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