ACOG 2025: Câncer e contracepção

O diagnóstico do câncer vem sendo realizado cada vez mais precocemente. Com a evolução do tratamento, a sobrevida está aumentando de maneira considerável. Sabemos que os tratamentos de quimioterapia e radioterapia oferecem um potencial gonadotóxico podendo levar pacientes jovens a cursarem com falência ovariana prematura, entretanto não é uma sentença de impossibilidade que ocorra uma gestação espontânea.  

Discussão

No terceiro dia do congresso do American College of Obstetricians and Gynecologists (ACOG 2025), foi abordada a temática da contracepção e câncer, haja vista que a paciente em idade reprodutiva não está isenta do risco. Entretanto, um receio frequente quando aventada a possibilidade do uso de contraceptivo hormonal nessas pacientes é devido ao risco de tromboembolismo venoso e progressão ou chance de recidiva em lesões hormônio dependentes, todavia, de acordo com a Dra Anita Beasley (docente do departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Baylor College of Medicine) diversos fatores devem ser levados em consideração na escolha do método, sobretudo o desejo da paciente.  

Os métodos contraceptivos hormonais não são recomendados em pacientes com histórico de neoplasia de mama e câncer de ovário hormônio dependente; já em casos de melanoma, tumor hepático com disfunção severa, meningioma e pulmão, deve-se ponderar o uso dos contraceptivos hormonais, devendo a decisão ser tomada juntamente com o oncologista e a paciente.  

Entretanto, é fundamental que o médico informe os riscos e benefícios, reforçando que  independente da localização, tipo do tumor e do método contraceptivo mais indicado, a autonomia da paciente será sempre ser respeitada.

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