Publicamos recentemente um artigo sobre o que foi falado sobre diverticulite no ACP Internal Medicine Meeting 2022. Por isso, em nossa publicação semanal de conteúdos compartilhados do Whitebook Clinical Decision, vamos abordar a definição e classificação clínica da doença diverticular do cólon.
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Doença diverticular do cólon
Definição: Herniação da mucosa e submucosa do intestino grosso entre fibras musculares da parede intestinal em áreas de fragilidade (pseudodivertículos). Geralmente, surgem entre as tênias antimesentérica e mesentérica, em ambos os lados da superfície do cólon, em sítios de penetração dos vasos retos que nutrem a camada muscular. Apresenta grande espectro de gravidade, desde quadros assintomáticos até abdome agudo.
Principais fatores de risco
- Baixa ingestão de fibras (mais complicações, doença sintomática, internação);
- Sedentarismo (mais complicações);
- Obesidade (alteração na microbiota intestinal?);
- Baixos níveis de vitamina D (25-OH) (risco de complicações);
- Inibidores de ciclo-oxigenase (AINE) (risco de complicações);
- Constipação intestinal;
- Ingestão de carne vermelha;
- Alto índice socioeconômico;
- Dislipidemia;
- Tabagismo;
- Idade avançada;
- Síndrome de Williams, síndrome de Marfan, síndrome de Ehlers-Danlos, doença renal policística, fibrose cística;
- Hereditariedade.
Classificação clínica
-
- Não há uma classificação universalmente aceita, mas os termos mais empregados são:
- Diverticulose colônica:
- Pacientes com divertículos colônicos na ausência de quaisquer sinais/sintomas de inflamação diverticular (diverticulite);
- Normalmente representa um achado incidental em pacientes submetidos a exames de imagem com outros propósitos;
- Até 2/3 da população mundial desenvolvem diverticulose ao longo da vida;
- Seu simples achado, sem sintomas associados, não indica a necessidade de seguimento ou tratamento adicional;
- Cerca de 70% dos pacientes são assintomáticos.
- Doença diverticular sintomática não complicada (SUDD):
- Paciente sintomático com doença diverticular, porém sem inflamação diverticular ou colite;
- Pode se manifestar com dor abdominal do tipo cólica, constante ou recorrente, geralmente em fossa ilíaca esquerda, na ausência de quaisquer indícios de inflamação. Geralmente é exacerbada pela alimentação, podendo ou não aliviar com evacuação ou eliminação de flatos. É comum distensão abdominal e flatulência. Pode se associar à alteração do hábito intestinal, caracterizada por períodos de diarreia intermitente ou alternada com períodos de constipação intestinal. Difícil diagnóstico diferencial com síndrome do intestino irritável;
- Associada a elevação discreta de calprotectina fecal;
- Doença diverticular sintomática recorrente:
- Pacientes com divertículos que apresentam sintomas recorrentes (mais de um ataque/ano), porém sem sinais de inflamação diverticular;
- Doença diverticular sintomática complicada:
- Paciente com divertículos que apresentam sintomas e demonstram sinais de diverticulite e demais complicações;
- A progressão para diverticulite ocorre em cerca de 1% dos pacientes com diverticulose;
- Aproximadamente 12% dos pacientes com diverticulite terão outra complicação, como perfuração, fístula, abscesso;
- Colite segmentar associada à diverticulose (SCAD):
- Caracterizada por uma inflamação não específica segmentar no cólon sigmoide envolta por múltiplos divertículos;
- Não necessariamente envolve um orifício diverticular;
- Fatores de risco incluem o sexo masculino e idade > 50 anos;
- Quadro aparentemente benigno e autolimitado;
- Acredita-se que seja parte do espectro da doença inflamatória intestinal;
- Muito associado a sangramento retal, diarreia e/ou dor abdominal.
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