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Gastroenterologia22 fevereiro 2023

Novas diretrizes para o tratamento de hepatite C no Brasil

Ministério da Saúde atualiza e estabelece os esquemas terapêuticos disponíveis para o tratamento da hepatite C no âmbito do SUS.

O uso dos antivirais de ação direta (DAAs) tem mudado a história natural da infecção pelo vírus HCV, apresentando altas taxas de resposta virológica sustentada (RVS). Disponível no Sistema Único de Saúde (SUS), as diretrizes em relação ao tratamento de hepatite C foram atualizadas em duas Notas Técnicas.

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Novas diretrizes para o tratamento de hepatite C no Brasil

Tratamentos disponíveis

Os DAAs podem agir de forma seletiva em alguns genótipos do HCV ou de forma pangenotípica. O uso de esquemas genótipo-específicos exige a realização de exames de genotipagem antes da prescrição, o que pode levar a atraso no início do tratamento.

As novas diretrizes brasileiras orientam o uso de esquemas pangenotípicos para pacientes adultos e crianças a partir de 12 anos de idade ou com peso maior ou igual a 30 kg. Os esquemas disponíveis passam a ser sofosbuvir/velpatasvir e glecaprevir/pibrentasvir, com as recomendações variando de acordo com o grau de hepatopatia — definido pela escala de Child — e pela presença ou ausência de tratamento prévio com DAA – definido como uso prévio de DAA sem resposta virológica sustentada entre a 12ª e 24ª semana após o término do tratamento. Pacientes que obtiveram RVS e que se reinfectaram devem ser tratados conforme as recomendações para primo-infecção.

Esquemas terapêuticos indicados para pacientes adultos ou pediátricos (≥ 12 anos ou ≥ 30 kg), sem tratamento prévio com DAA, segundo tempo de tratamento e grau de hepatopatia
Opção terapêuticaSem cirroseChild AChild B ou C
sofosbuvir/velpatasvir por 12 semanassofosbuvir/velpatasvir por 12 semanassofosbuvir/velpatasvir por 24 semanas

ou

sofosbuvir/velpatasvir + ribavirina por 12 semanas

 

Esquemas terapêuticos indicados para pacientes adultos ou pediátricos (≥ 12 anos ou ≥ 30 kg), com tratamento prévio com DAA, segundo tempo de tratamento e grau de hepatopatia
Opção terapêuticaSem cirroseChild AChild B ou C
glecaprevir/pibrentasvir por 16 semanas com ou sem ribavirinaglecaprevir/pibrentasvir por 16 semanas com ou sem ribavirinasofosbuvir/velpatasvir por 24 semanas

com ou sem ribavirina

Saiba mais: Risco de fibrose hepática associado à terapia com metotrexato

Exames de genotipagem

Considerando a característica pangenotípica desses esquemas, fica suspensa a realização de exames de genotipagem de HCV como indicação para início de terapia. As exceções, em que esse exame permanece obrigatório, são casos em pacientes entre 3 e 11 anos ou com menos de 30 kg de peso.

Nesses casos, o esquema de tratamento é baseado no genótipo viral, conforme mostrado na tabela a seguir:

Esquemas terapêuticos indicados para pacientes pediátricos (3 a 11 anos) com < 30 kg, segundo tempo de tratamento e grau de hepatopatia
Opção terapêuticaSem cirroseChild A
Genótipos 1, 4, 5 e 6Alfapeginterferona 2ª, SC, 1x/semana + ribavirina por 48 semanasAlfapeginterferona 2ª, SC, 1x/semana + ribavirina por 48 semanas
Genótipos 2 e 3Alfapeginterferona 2ª, SC, 1x/semana + ribavirina por 24 semanasAlfapeginterferona 2ª, SC, 1x/semana + ribavirina por 24 semanas

 

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Referências bibliográficas

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