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Gastroenterologia16 outubro 2019

Microbiota e exercício físico: uma relação ambígua

Estudos mostraram que atletas e praticantes de exercício físico apresentavam maior diversidade na microbiota intestinal em comparação com sedentários.

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A microbiota, que é a população de microrganismos existentes no trato gastrointestinal humano, como bactérias, vírus e fungos, vem sendo cada vez mais estudada em virtude da sua relação com a saúde e doenças. Já se sabe que o tipo de dieta do indivíduo pode modificar as variedades de espécies presentes e, consequentemente, a dinâmica metabólica.

Recentemente, alguns estudos mostraram que atletas e praticantes de exercício físico apresentavam uma maior diversidade na microbiota intestinal em comparação com indivíduos sedentários. Como resultado, a microbiota modificada promove maior síntese de ácidos graxos de cadeia curta, fundamentais para vias metabólicas, e também de aminoácidos de cadeia ramificada (os conhecidos BCAA), importantes para a recuperação muscular. Esses dados parecem indicar que a modulação da microbiota pode melhorar o desempenho de atletas.

Saiba mais sobre esse tema: 

Por outro lado, o excesso de treinamento parece dar espaço para uma microbiota mais nociva, que levaria a um aumento da permeabilidade intestinal, inflamação, estresse oxidativo e susceptibilidade a infecções.  Sendo assim, postulou-se que a modulação da microbiota intestinal nestes indivíduos, através do uso de probióticos (que são cepas de determinadas bactérias) poderia reduzir os efeitos deletérios.

Os estudos disponíveis neste sentido utilizaram cepas variadas de Lactobacillus e Bifidobacterium, demonstrando alguns efeitos benéficos como redução de inflamação, redução de infecções e melhora de performance. As grandes limitações destes trabalhos foram o número pequeno de participantes em cada um (muitos não compararam o probiótico com placebo e também não contemplaram a análise de diferenças entre o sexo masculino e feminino), além da desigualdade nas cepas e nas doses administradas.

De qualquer forma, mais estudos são necessários para se estabelecer, de forma precisa e individualizada, quais cepas e em que concentração o uso de probióticos podem ser benéficos nos atletas.

 

Referência bibliográficas:

  • Wosinska, L.; Cotter, P.D.; O’Sullivan, O.; Guinane, C. The Potential Impact of Probiotics on the Gut Microbiome of Athletes. Nutrients 2019, 11, 2270.
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