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Gastroenterologia22 novembro 2022

Doença de Crohn: como é a ação da bactéria Roseburia intestinalis?

Um estudo demonstrou que a bactéria R. Intestinalis inibe o desenvolvimento da doença de Crohn. Veja os detalhes.

As doenças inflamatórias intestinais (DII), que compreendem a doença de Crohn (DC) e a retocolite ulcerativa (RCU), vêm aumentando sua incidência. Trata-se de doença multifatorial e um dos fatores relacionados é a alteração da microbiota intestinal, incluindo redução das espécies Faecalibacterium prausnitzii e Roseburia hominis e aumento de Proteobacteria, como Escherichia coli. 

A disbiose pode produzir padrões moleculares associados a patógenos (PAMPs) prejudiciais que pioram inflamação crônica e a disfunção imunológica ao ativar Toll like receptors (TLRs). Além disso, essa disbiose nas DII induz respostas inflamatórias pela ativação de células Th1 e Th17, além de interferir na ativação e diferenciação de células T reguladoras(Treg) e células dendríticas. 

Existem relatos de que a bactéria R. intestinalis inibe a inflamação intestinal e induz a diferenciação de células T reg in vivo e in vitro, porém o mecanismo envolvido permanece incerto, sendo alvo do estudo em questão. 

Métodos 

Foi induzido quadro de colite em camundongos, que foram tratados com Roseburia intestinalis, avaliando-se a expressão de receptor Toll-like 2 (TLR2), TLR4 e TLR5. O grau de inflamação colônica foi avaliado através da expressão de células T regulatórias (Tregs), linfopoietina estromal tímica (TSLP) e fator transformador de crescimento (TGF)-β. Em seguida, foram adicionadas células T CD4 humanas com DC para determinar a diferenciação de Tregs. Amostras de pacientes com DC foram coletadas para analisar a correlação entre a expressão de TLR5/TSLP/TGFβ e a porcentagem de R. intestinalis. 

Resultados 

O estudo demonstrou que a bactéria R. Intestinalis inibe o desenvolvimento de DC, através da diferenciação de Tregs com potencial anti-inflamatório. Além disso, ela estimula a produção de TSLP em células intestinais através de TLR5, induzindo a secreção de IL-10 e TGFβ. Através dos experimentos, foi evidenciado que o mecanismo de ação está relacionado a TLR5, sendo que sua inibição, assim como a inibição de TSLP atenuam o efeito protetor de R. intestinalis na colite experimental em camundongos. Observa-se que a expressão de TSLP em pacientes com DC está positivamente correlacionada com o nível de R. intestinalis.

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Mensagens práticas

Sabe-se que a disbiose tem papel na etiopatogenia das DII. Todavia, estudos são necessários para avaliar probióticos que possam auxiliar na estratégia de tratamento desses pacientes. Os achados desse estudo demonstram o mecanismo de regulação imunológica intestinal exercido pela bactéria R. intestinalis, reforçando a importância de estudos como esse a fim de permitir avanço nas estratégias terapêuticas das DIIs.

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Referências bibliográficas

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