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A dispepsia é um termo comum para um grupo de sintomas ligados à “má digestão”. Provavelmente você que está lendo essa reportagem já sentiu dispepsia em algum momento. Clinicamente, há dois grupos de pacientes com dispepsia:
- “Epigastric pain syndrome”: é o paciente em que predomina a dor epigástrica em queimação, similar à doença péptica.
- “Postprandial distress syndrome”: os sintomas de plenitude pós-prandial e saciedade precoce predominam. Meteorismo e flatulência são comuns.
Leia mais: Você sabe conduzir um paciente com dispepsia? Veja recomendações da nova diretriz do ACG
Em cerca de 75% dos casos não há doença orgânica causando os sintomas, e há diversas teorias, desde hipersensibilidade visceral, até graus de inflamação e dismotilidade. Aqui, vamos à abordagem prática.
- Converse com paciente e caracterize uma das síndromes. Na dispepsia, o exame físico em geral é normal.
- Decida entre pedir endoscopia (EDA) ou não. A EDA está indicada nos pacientes com 60 anos ou mais e/ou na presença de sinais de alarme.
Sinais de alarme na dispepsia:
- Perda ponderal
- Sangramento digestivo
- Sintomas refratários e/ou recorrentes
- Disfagia progressiva
- Anemia
- Vômitos refratários
- Massa palpável
- História familiar câncer gástrico ou esofageano
3. Trate com:
- Inibidor de bomba de prótons (IBP) 4 a 8 semanas
- Pró-cinético ou tricíclico
- Erradique H.pylori
Há divergências entre os autores se a segunda droga deve ser pró-cinético ou tricíclico. O grupo americano defende o tricíclico, ao passo que no Japão a preferência são pró-cinéticos. Para muitos autores, inclusive, na “Postprandial distress syndrome”, há indicação da associação de IBP + pró-cinético desde início do tratamento, posição que ratifico baseado na prática diária.É médico e também quer ser colunista do Portal da PEBMED? Inscreva-se aqui!
Referências:
- https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30181534
- https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28631728
- https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25586651
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