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Gastroenterologia21 abril 2020

Covid-19: como é a relação do novo coronavírus com o fígado?

A Covid-19 apresenta grande espectro de gravidade, sendo tipicamente caracterizada por febre, tosse, fadiga, anosmia e dispneia.

O SARS-CoV-2 é um novo vírus de RNA de cadeia única, descoberto em dezembro de 2019, pertencente à família dos Coronavírus. A doença pelo coronavírus 2019 (Covid-19) apresenta grande espectro de gravidade, sendo tipicamente caracterizada por febre, tosse, fadiga, anosmia e dispneia. Sabe-se que o vírus inicia a infecção de células alvo humanas através da ligação a receptores da enzima conversora de angiotensina 2 (ECA2), os quais estão presentes nas células epiteliais biliares e hepáticas. Dessa forma, o fígado é um alvo em potencial para infecção por esse novo vírus.

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imagem digital da covid-19

Covid-19 e fígado

A injúria hepática associada à Covid-19 é definida por qualquer lesão hepática ocorrida durante a progressão e tratamento da doença em pacientes com ou sem doença hepática pré-existente. A incidência de elevação de enzimas hepáticas, principalmente AST e ALT, em pacientes hospitalizados com Covid-19 varia de 14% a 53%, sendo ainda descrita a elevação discreta de bilirrubina total em até 10% dos casos.

O aumento das enzimas é mais comum nos homens e em pacientes com a forma grave da doença. A redução da albumina parece se comportar como marcador de gravidade. Felizmente, ainda não foram descritos casos de insuficiência hepática aguda fulminante associados ao SARS-CoV-2. Análise histopatológica do fígado de pacientes falecidos por Covid-19 demonstra presença de esteatose microvesicular com inflamação lobular leve e atividade portal.

Leia também: Covid-19: quais as principais terapias em estudo?

Diversos mecanismos de lesão estão sendo aventados para explicar o quadro, como:

  • Lesão imunomediada pela resposta inflamatória sistêmica;
  • Citotoxicidade direta devido a replicação viral ativa em células hepáticas;
  • Hipoxemia grave/ anoxia;
  • Lesão hepática induzida por medicamentos empregados no tratamento da Covid-19;
  • Reativação de doenças hepáticas pré-existentes.

Pouco se sabe sobre a melhor forma de manejar pacientes com doenças hepáticas crônicas pré-existentes durante a pandemia de Covid-19.

Com objetivo de orientar o manejo desses doentes no contexto atual, a Associação Americana para Estudo de Doenças Hepáticas (AASLD) publicou, recentemente, uma diretriz elaborada por experts voltada à clínicos, gastroenterologistas e hepatologistas, cujo conteúdo pode ser conferido no Whitebook. Convidamos a todos para uma boa leitura!

Referências bibliográficas:

  • Sun J, et al. COVID-19 and liver disease. Liver Int. 2020 (ahead of print)
  • Fix OF, et al. American Association for the Study of Liver Diseases. Clinical insights for hepatology and liver transplant providers during COVID-19 pandemic. Mar 2020.

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