Estima-se que o burnout, também conhecido como síndrome do esgotamento profissional, afete mais da metade dos médicos brasileiros. Tornou-se tão comum que toda uma literatura acadêmica surgiu para formalizar métodos de avaliação e tratamento. Mas o que realmente funciona?
Pesquisadores americanos fizeram uma meta-análise desta literatura para esclarecer se as atuais opções de tratamento realmente funcionam. Eles avaliaram mais de 2.500 estudos publicados até o início de 2016. Apenas 52, com cerca de 3.600 residentes e médicos que participaram de intervenções, preencheram critérios metodológicos (15 ensaios randomizados controlados e 37 estudos de coorte).
As intervenções variaram de modificações no emprego (por exemplo, mudanças de programação) à sessões individuais de treinamento em habilidades de gerenciamento e comunicação de estresse.
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A meta-análise revelou que a prevalência global de burnout diminuiu significativamente entre os participantes do estudo, de 54% para 44%. Foram também confirmadas alterações significativas na gravidade dos sintomas (por exemplo, despersonalização, exaustão emocional). Nenhuma intervenção específica pareceu mais bem sucedida do que qualquer outra.
A literatura indica que tanto as estratégias focadas individualmente e estruturalmente quanto as organizacionais podem resultar em reduções clinicamente significativas no esgotamento entre os médicos.
Referências:
- West CP et al. Interventions to prevent and reduce physician burnout: A systematic review and meta-analysis. Lancet 2016 Sep 28; https://dx.doi.org/10.1016/S0140-6736(16)31279-X
- Epstein RM and Privitera MR.Doing something about physician burnout. Lancet 2016 Sep 28; https://dx.doi.org/10.1016/S0140-6736(16)31332-0
- https://www.jwatch.org/na42461/2016/10/25/preventing-physician-burnout-what-works
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