Avanços, desafios e oportunidades na área de Acupuntura
As últimas décadas foram muito importantes para o avanço de acupuntura ou acupunturiatria, graças aos próprios avanços da medicina atual.
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As últimas décadas foram muito importantes para o avanço de acupuntura ou acupunturiatria, graças aos próprios avanços da medicina atual. O grande primeiro avanço nesta área foi quando a medicina contemporânea foi desvendando os mecanismos de ação relacionados à neurofisiologia da dor e como os médicos poderiam tratar da dor devido a esse conhecimento neurofisiológico com as intervenções realizadas pela acupuntura. Com esses conhecimentos em mãos, os médicos ampliaram a atuação hiperalgésica, de controle de dor realizada pela acupuntura.
Outra área também muito significativa da medicina contemporânea que aperfeiçoou a atuação da especialidade foi a exploração das áreas de conhecimento relacionadas à acupuntura, por exemplo das redes e estruturas neurais subjacentes nos locais onde é realizada a intervenção de acupuntura.
Mais um avanço muito importante dos últimos 50 anos foi o conhecimento das redes miofasciais, desenvolvido pelos fisiatras, mas já conhecida pelos chineses com outro nome.
Outro campo importantíssimo que está sendo desenvolvido é o conhecimento das redes metabólicas e da expressão gênica, uma vez que a acupuntura pode alterar a expressão gênica e, com isso, ter efeitos sobre o metabolismo.
Já a eletroacupuntura é um tratamento que usa a acupuntura como base. A diferença é que a essa faz uso de agulhas ligadas a aparelhos elétricos, que potencializam a terapia e transmitem estímulos aos pontos de acupuntura. Geralmente, esse tratamento é para casos de pessoas com lesões mais graves.
Nos últimos anos, embasada por pesquisas científicas realizadas em todo o mundo, as aplicações de acupuntura começam a se expandir, sendo utilizadas contra doenças como a depressão, na recuperação de sequelas de acidente vascular cerebral e até em procedimentos de beleza.
Acupuntura: como se destacar no mercado
Para Fernando Genschow, presidente do Colégio Médico Brasileiro de Acupuntura (CMBA), os profissionais dessa área precisam ter uma formação acadêmica da melhor qualidade possível, uma vez que não existe acupunturiatria sem o conhecimento médico geral. Em segundo lugar, é necessário possuir uma especialização, de preferência através de uma residência médica.
Principais desafios
“Como a acupunturiatria é uma área de constante expansão, um dos principais desafios é se manter sempre atualizado”, afirma Fernando Genschow.
Potencial de crescimento e oportunidades
Para o presidente do CMBA, o potencial de crescimento da especialidade é muito grande, inclusive com variadas oportunidades, uma vez que estão sendo desenvolvidas cada vez mais atuações terapêuticas não farmacológicas e a acupuntura é uma das áreas com maior destaque nessas atuações como um campo de conhecimento em expansão no controle da dor, além do tratamento de enfermidades como a depressão, na recuperação de sequelas de acidente vascular cerebral e até em procedimentos estéticos.
Média salarial
A média salarial varia de R$2 a R$8 mil, dependendo do estado de atuação.
Conquistas da CMBA
Atualmente, existem em torno de quatro mil médicos acupunturistas registrados no Conselho Federal de Medicina (CFM) no país.
O Colégio Médico Brasileiro de Acupuntura é uma entidade extremamente ativa e participativa junto ao Conselho Federal de Medicina e a Associação Médica Brasileira. É também uma das associações mais participativas dentro do campo de ações jurídicas contra a prática ilegal de medicina.
Outra área de intensa atividade da instituição é em relação aos planos de saúde, que pela normatização só podem autorizar a acupuntura por médicos especialistas. “No entanto, de uma forma ilegal, muitas operadoras e planos de saúde têm autorizado outros profissionais a fazerem essas intervenções”, alerta Fernando Genschow.
Mais um campo muito importante a destacar é a intervenção da entidade com outras especialidades médicas mais próximas, relacionadas com a questão da dor, como a fisiatria, neurologia, neurocirurgia, anestesiologia, reumatologia, clínica médica e ortopedia.
“Além disso, temos uma preocupação muito grande com a constante atualização de nossos especialistas. Por isso, realizamos reuniões científicas nacionais via internet duas vezes por mês com a participação dos associados. Também são disponibilizadas videoaulas sobre eventos ocorridos em nosso site”, informa o presidente do Colégio Médico Brasileiro de Acupuntura.
*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED
Referências bibliográficas:
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