Nesta semana, publicamos uma revisão apresentada no ENDO 2022 sobre hipogonadismo masculino e a reposição da testosterona. Por isso, em nossa publicação semanal de conteúdos compartilhados do Whitebook Clinical Decision, vamos apresentar como realizar a investigação laboratorial do hipogonadismo masculino.
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Hipogonadismo masculino
A investigação laboratorial está indicada em pacientes com queixas de hipogonadismo ou pacientes que possuam alguma das seguintes condições:
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- Doenças da região selar;
- Usem medicamentos que afetam a produção de testosterona, como glicocorticoides em altas doses por um período prolongado e opioides de liberação prolongada;
- Perda de peso associada ao vírus da imunodeficiência humana (HIV);
- Doença renal em estágio final e hemodiálise de manutenção;
- Doença pulmonar obstrutiva crônica moderada a grave;
- Infertilidade;
- Osteoporose ou fratura por baixo trauma, especialmente se for um homem jovem;
- Diabetes mellitus tipo 2.
Observação! Homens com doença aguda ou subaguda não devem ser avaliados para hipogonadismo, pois terão um hipogonadismo secundário funcional temporário.
1º Passo
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- Dosagem da testosterona total sérica: Idealmente deve ser realizada pela manhã (entre 8 e 10 da manhã), período em que fisiologicamente a testosterona está mais alta, e sempre deve ser confirmada com um período de 2 a 3 semanas entre elas;
- A variação normal de testosterona total em homens adultos é de 300-800 ng/dL;
- Dosar testosterona livre em caso de situações que afetem a SHBG (ver “Diagnósticos Diferenciais”).
Interpretação de resultados:
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- Testosterona total ≥ 350 ng/dL: Suspeita de hipogonadismo excluída;
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- Caso a fração livre seja ≥ 6,5 ng/dL, exclui-se hipogonadismo;
- Se < 6,5 ng/dL, confirma-se hipogonadismo.Testosterona total ≥ 230 ng/dL e < 350 ng/dL: Dosar também a testosterona livre;
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- Testosterona total < 230 ng/dL: Hipogonadismo confirmado.
2º Passo
Após confirmado o hipogonadismo, o próximo passo é a dosagem de LH e FSH:
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- LH ↑ e FSH ↑: Hipogonadismo primário;
- LH ↓ e FSH ↓ ou inapropriadamente normais para o nível de testosterona: Hipogonadismo secundário.
3º Passo
Realização de exames adicionais.
Se hipogonadismo primário, solicitar:
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- Cariótipo (na suspeita de Klinefelter );
- Pesquisar doenças testiculares (varicocele , orquite, torção , entre outras);
- Ferritina , IST (pesquisa de hemocromatose).
Se hipogonadismo secundário, solicitar:
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- Prolactina;
- Outros hormônios hipofisários;
- Ferritina , IST (pesquisa de hemocromatose);
- Excluir uso de opioides, glicocorticoides e esteroides anabolizantes;
- Avaliar causas de hipogonadismo funcional (DM2, síndrome metabólica, obesidade grave, anorexia nervosa, atividade física excessiva, doenças sistêmicas graves, entre outras);
- Ressonância magnética de sela túrcica;
- Dosar dihidrotestosterona em caso de alterações na diferenciação da genitália masculina.
Espermograma: Exame fundamental para avaliar infertilidade. Pode ser útil na diferenciação entre hipogonadismo primário e secundário, pois oligospermia grave/azoospermia indica lesão testicular.
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