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Endocrinologia20 janeiro 2025

Suplementação de creatina na saúde da mulher

Artigo de revisão publicado destacou o uso de creatina em mulheres ao longo da vida, com ênfase no desempenho, composição corporal, humor e dosagem

Apesar da extensa pesquisa acerca de creatina, a evidência do seu uso entre mulheres ainda é pouco estudada. Mulheres possuem 70% a 80% menores estoques de creatina endógena que homens. Curiosamente, as mulheres têm níveis mais altos (aproximadamente 10%) de concentrações de creatina intramuscular em repouso comparado aos homens, o que poderia teoricamente diminuir sua capacidade de resposta à suplementação e requer dosagens mais altas em comparação com os homens. 

Entender o metabolismo da creatina nas fases do ciclo reprodutivo feminino pode ter implicações importantes na suplementação de creatina para no desempenho e na saúde das mulheres. 

Leia mais: Creatina e o aumento da massa magra

Metodologia 

Esse é um artigo de revisão publicado em 2021 na revista Nature com o objetivo de destacar o uso de creatina em mulheres ao longo da vida, com ênfase particular no desempenho, composição corporal, humor e estratégias de dosagem. 

Devido às alterações hormonais relacionadas à cinética da creatina e na ressíntese da fosfocreatina, a suplementação pode ser particularmente importante durante a menstruação, gravidez, pós-parto, durante e após a menopausa. 

Resultados encontrados e discussão 

A suplementação de creatina entre mulheres na pré-menopausa parece 

ser eficaz para melhorar a força e o desempenho no exercício. O catabolismo e a oxidação de proteínas estão mais elevados durante a fase com níveis mais altos de estrogênio (lútea); enquanto o armazenamento de carboidratos demonstrou ser reduzido durante a fase lútea. Dado o aumento do turnover de proteínas e os desafios com saturação de glicogênio, a suplementação de creatina pode ser ainda mais eficaz na fase com maiores níveis de estrogênio/lútea. 

Até o momento, evidências em modelos animais de que a suplementação de creatina durante a gravidez aumenta a captação de creatina pelas células neuronais e melhora a integridade mitocondrial na prole, reduzindo assim a lesão cerebral induzida pela asfixia intra-asfixia. 

Mulheres na pós-menopausa também podem ter benefícios no tamanho e função do músculo esquelético ao consumir altas doses de creatina (0,3 g/kg de peso/dia); e efeitos favoráveis ​​sobre os ossos quando combinados com treinamento de resistência. Estudos sugerem, ainda, que mulheres com diferentes níveis de condicionamento físico podem experimentar melhorias no desempenho tanto anaeróbico quanto aeróbico com a suplementação de creatina em curto ou em longo prazo. 

Evidências pré-clínicas e clínicas indicam efeitos positivos da suplementação de creatina no humor e cognição, possivelmente por restaurar níveis de energia e homeostase cerebral. 

Conclusão 

Como resultado das alterações na homeostase da creatina ao longo do ciclo de vida, particularmente relacionado ao estrogênio, a suplementação de creatina parece fornecer benefícios potenciais para as mulheres. O uso de creatina tem demonstrado consistentemente melhorias nos músculos e nos veis de fosfocreatina cerebral, que demonstraram resultar em melhorias na força e no capacidade para exercício. Quando combinada com treinamento de resistência, a creatina aumenta ainda mais a composição corporal e a densidade mineral óssea, particularmente em mulheres na pós-menopausa. A suplementação com creatina também demonstrou melhorar o humor e a cognição. 

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Referências bibliográficas

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