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Endocrinologia9 setembro 2018

Influência da Diabetes Mellitus nas doenças crônicas e agudas

É importante entender que a prevenção e educação sobre diabetes não é responsabilidade de um único profissional, e depende de integração de diversas áreas.

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Diabetes Mellitus (DM) é um importante e crescente problema de saúde na maioria dos países, independentemente do patamar de desenvolvimento. Trata-se de desordem crônica caracterizada por metabolismo prejudicado de glicose com o desenvolvimento posterior de complicações diversas envolvendo distintos mecanismos patogenéticos, que têm a hiperglicemia como denominador comum. Em 2015, a Federação internacional de diabetes (IDF) estimou que 8,8% da população mundial com 20 a 79 anos de idade (415 milhões de pessoas) viviam com diabetes. Cerca de 75% dos casos são de países em desenvolvimento, com propensão ao aumento da incidência e prevalência nas próximas décadas¹.

Considerando tais fatores, chama a atenção a baixa conscientização e prevenção em relação ao diabetes tipo 2, que pode permanecer não detectado por vários anos, dando oportunidade ao desenvolvimento de suas complicações. Estima-se que cerca de 46-50% dos casos de DM2 não sejam diagnosticados e que 83,8% destas subnotificações estejam em países em desenvolvimento 2. O aumento do número de pessoas com doenças crônico-degenerativas tem se constituído um desafio para os serviços de saúde e para a sociedade de modo geral, chamando ainda mais atenção para a associação de patologias e comorbidades enquanto dificultador dos bons resultados terapêuticos. Tais complicações reduzem a capacidade funcional e condição laboral dos pacientes, resultando no afastamento de indivíduos em idade produtiva de suas respectivas profissões, mobilizando situações psicossociais que podem comprometer a volição, interação relacional, autoestima e adesão ao tratamento.

Doença cardiovascular é a principal causa de óbito entre as pessoas com diabetes, sendo responsável por pelo menos metade das mortes desta classe. Câncer e diabetes são duas das principais causas de morte nos Estados Unidos, fazendo parte também da mudança epidemiológica brasileira e mundial de prevalência de morbimortalidade por doenças crônicas. Apesar dos diagnósticos isolados já serem preocupantes, a associação patológica é complexa e vem sendo investigada desde a década de 1990, visto que estimativas atuais apontam que 1 em cada 5 pessoas com câncer também tem diabetes3.

Pesquisadores têm afirmado que o diabetes aumenta o risco de desenvolvimento de câncer, em especial no tipo 2, que costuma ser precedido por picos glicêmicos e insulínicos no sangue. Considerando que a glicose dá energia para a multiplicação celular e a insulina é um acelerador metabólico, conforme demonstrado em estudos in vitro, a manifestação da doença traria condições propícias para o desenvolvimento de câncer(4,5). Independentemente da ordem de aparecimento, há influência da associação das duas doenças em relação ao prognóstico, devendo ser considerada com atenção.

Leia mais: Adolescentes com diabetes podem desenvolver distúrbios alimentares

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