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Endocrinologia8 maio 2025

Imunonutrição na mucosite oral em pacientes com câncer de cabeça e pescoço

Estudo avaliou a eficácia da imunonutrição na redução da mucosite oral aguda e de outros efeitos colaterais em pacientes com câncer de cabeça e pescoço submetidos à QRTc

Os suplementos de imunonutrição (IN) contêm elementos específicos como arginina e glutamina, além de ácidos graxos ômega-3 e nucleotídeos. Esses suplementos foram desenvolvidos para modular o sistema imunológico e podem ajudar a reduzir as toxicidades relacionadas ao tratamento. 

Este estudo teve como objetivo avaliar a eficácia da IN na redução da mucosite oral aguda (MO) e de outros efeitos colaterais em pacientes com câncer de cabeça e pescoço submetidos à quimiorradioterapia concomitante (QRTc). 

Metodologia 

Foi realizado um estudo multicêntrico, prospectivo, aberto e randomizado para avaliar o impacto da IN na redução da MO e de outros efeitos colaterais em pacientes com câncer de cabeça e pescoço submetidos à QRTc. Os pacientes foram randomizados em dois grupos: grupo IN e grupo controle. Aqueles no grupo IN receberam sachês de imunonutrição três vezes ao dia iniciando uma semana antes da radioterapia até a conclusão do tratamento, enquanto o grupo controle não recebeu suplemento. 

Cada sachê continha 60 g de pó de suplemento médico, composto por 3,13 g de arginina, 1,56 g de L-glutamina e 1,39 g de óleo de peixe. Consequentemente, os pacientes randomizados para o grupo IN receberam um adicional de 762,48 kcal por dia, composto por 46,93 g de proteína (sendo 4,68 g de glutamina e 9,39 g de arginina), 94,77 g de carboidratos e 21,74 g de gordura (incluindo 4,17 g de óleo de peixe). Ambos os grupos receberam consultas nutricionais em todas as visitas, para garantir uma ingestão calórica adequada com distribuição equilibrada de macronutrientes. 

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Resultados encontrados e discussão 

Um total de 87 pacientes foi analisado, sendo 46 no grupo IN e 41 no grupo controle. As avaliações dos médicos mostraram taxas semelhantes de MO grau 2 ou superior, dermatite, esofagite e toxicidades hematológicas em ambos os grupos. Os desfechos relatados pelos pacientes também não mostraram diferenças significativas na gravidade da mucosite oral ou em sua interferência nas atividades diárias. Foi observada uma redução significativa da dermatite na semana 3 no grupo IN (9,8% vs. 34,8%, p = 0,03), porém esse efeito não se manteve nas semanas subsequentes. 

Conclusão 

Esse estudo mostrou que a suplementação com imunonutrição durante a QRTc não resultou em reduções estatisticamente significativas da MO aguda e de outras toxicidades da radioterapia. São necessárias pesquisas adicionais com tamanhos amostrais maiores, monitoramento da adesão e protocolos de suplementação otimizados para compreender melhor os potenciais benefícios da imunonutrição. 

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Referências bibliográficas

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