A síndrome metabólica (SM) é uma combinação de comorbidades que aumentam a produção de citocinas pró-inflamatórias (CPI), resultando em alterações na composição corporal (CC) e elevado risco cardiovascular. Citocinas como IL-1, IL-10, resistina e adiponectina estão envolvidas no metabolismo do tecido adiposo, na CC e na regulação da inflamação de baixo grau, representando, assim, potenciais alvos prognósticos e de intervenção em populações com risco cardiometabólico.
O tratamento com dieta e exercício tem sido sugerido como uma opção não farmacológica complementar para pacientes com SM. Estudos indicam que a Dieta Mediterrânea (MedDiet) é eficaz para prevenir diversas doenças crônicas, controlar a SM e modular as CPI. Ao mesmo tempo, o exercício isocinético (EI), um tipo específico de treinamento de força no qual a velocidade da contração muscular é mantida constante ao longo de toda a amplitude de movimento, tem demonstrado benefícios no controle e tratamento da SM.
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Metodologia
Foi realizado um ensaio clínico randomizado e controlado em um hospital na Cidade do México. Foram coletados dados antropométricos, de composição corporal e citocinas no início e após 12 semanas de intervenção. Os grupos de intervenção foram: G1: MedDiet + IE; G2: IE; G3: MedDiet, G4: Controle
O objetivo do estudo foi determinar as mudanças na composição corporal e nas citocinas pró-inflamatórias em pacientes com SM após uma dieta do tipo Mediterrânea (MedDiet) e/ou exercícios isocinéticos (IE).
Resultados
Foram incluídos 42 pacientes com SM (de acordo com a NCEP-ATP III), entre 18 e 65 anos. As comorbidades mais frequentes foram obesidade, resistência à insulina e dislipidemia.
Após 6 meses de intervenção, observou-se uma redução significativa da resistina nos grupos IE e MedDiet + IE. O grupo IE também apresentou um aumento da adiponectina. Além disso, os grupos MedDiet e MedDiet + IE mostraram uma redução na IL-10. Em relação à composição corporal, todos os grupos apresentaram aumento na resistência em relação à linha de base.
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Conclusão
Os resultados sugerem que o exercício combinado com a Dieta Mediterrânea induz mudanças em citocinas como resistina, adiponectina e IL-10, indicando um efeito anti-inflamatório sinérgico, que pode contribuir para a redução do risco cardiometabólico na população com SM.
Na prática, os achados reforçam a importância de o profissional de saúde orientar uma rotina saudável de dieta associado a prática regular de atividade física para seus pacientes, especialmente naqueles com SM.
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