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Endocrinologia22 março 2025

Efeito da dieta mediterrânea e exercícios em pacientes com síndrome metabólica

Estudos indicam que a Dieta Mediterrânea (MedDiet) é eficaz para prevenir diversas doenças crônicas, controlar a SM e modular as CPI

A síndrome metabólica (SM) é uma combinação de comorbidades que aumentam a produção de citocinas pró-inflamatórias (CPI), resultando em alterações na composição corporal (CC) e elevado risco cardiovascular. Citocinas como IL-1, IL-10, resistina e adiponectina estão envolvidas no metabolismo do tecido adiposo, na CC e na regulação da inflamação de baixo grau, representando, assim, potenciais alvos prognósticos e de intervenção em populações com risco cardiometabólico. 

O tratamento com dieta e exercício tem sido sugerido como uma opção não farmacológica complementar para pacientes com SM. Estudos indicam que a Dieta Mediterrânea (MedDiet) é eficaz para prevenir diversas doenças crônicas, controlar a SM e modular as CPI. Ao mesmo tempo, o exercício isocinético (EI), um tipo específico de treinamento de força no qual a velocidade da contração muscular é mantida constante ao longo de toda a amplitude de movimento, tem demonstrado benefícios no controle e tratamento da SM. 

Leia mais: Dieta mediterrânea reduz riscos de recidiva de infarto agudo do miocárdio?

Metodologia 

Foi realizado um ensaio clínico randomizado e controlado em um hospital na Cidade do México. Foram coletados dados antropométricos, de composição corporal e citocinas no início e após 12 semanas de intervenção. Os grupos de intervenção foram: G1: MedDiet + IE; G2: IE; G3: MedDiet, G4: Controle 

O objetivo do estudo foi determinar as mudanças na composição corporal e nas citocinas pró-inflamatórias em pacientes com SM após uma dieta do tipo Mediterrânea (MedDiet) e/ou exercícios isocinéticos (IE). 

Resultados 

Foram incluídos 42 pacientes com SM (de acordo com a NCEP-ATP III), entre 18 e 65 anos. As comorbidades mais frequentes foram obesidade, resistência à insulina e dislipidemia. 

Após 6 meses de intervenção, observou-se uma redução significativa da resistina nos grupos IE e MedDiet + IE. O grupo IE também apresentou um aumento da adiponectina. Além disso, os grupos MedDiet e MedDiet + IE mostraram uma redução na IL-10. Em relação à composição corporal, todos os grupos apresentaram aumento na resistência em relação à linha de base. 

Veja também: Dietas para o clínico: Uma breve revisão

Conclusão 

Os resultados sugerem que o exercício combinado com a Dieta Mediterrânea induz mudanças em citocinas como resistina, adiponectina e IL-10, indicando um efeito anti-inflamatório sinérgico, que pode contribuir para a redução do risco cardiometabólico na população com SM. 

Na prática, os achados reforçam a importância de o profissional de saúde orientar uma rotina saudável de dieta associado a prática regular de atividade física para seus pacientes, especialmente naqueles com SM. 

Autoria

Foto de Letícia Japiassú

Letícia Japiassú

Médica endocrinologista com Residência Médica em Clínica Médica pelo Hospital Municipal Souza Aguiar (2008) e especialização pela Associação Brasileira de Nutrologia (2020). Possui graduação em Medicina pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (2006).

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