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Endocrinologia13 junho 2025

CONFIDENCE trial: Combinação de empagliflozina e finerenona em pacientes com DM2

Confira os resultados interessantes que o estudo coletou sobre esse tratamento medicamentoso.
Por Erik Trovão

A doença renal crônica (DRC) em pacientes com diabetes tipo 2 (DM2) representa um importante desafio clínico, dada sua associação com risco cardiovascular aumentado e progressão para insuficiência renal terminal. O bloqueio da via da aldosterona por meio de antagonistas dos receptores de mineralocorticoides (como finerenona) e a inibição do cotransportador de sódio-glicose tipo 2 (SGLT2) com agentes como empagliflozina têm se mostrado benéficos isoladamente. No entanto, a evidência para o uso combinado dessas terapias permanece limitada. 

 Método do estudo

O CONFIDENCE trial foi um ensaio clínico randomizado, controlado e duplo-cego que incluiu pacientes com DRC e DM2, com taxa de filtração glomerular estimada (eGFR) entre 30 e 90 mL/min/1,73m², relação albumina/creatinina urinária (RAC) entre 100 e 5000 mg/g e já em uso de inibidores do sistema renina-angiotensina. Os 777 participantes foram alocados em três grupos (1:1:1): finerenona na dose de 10 a 20mg/dia + placebo, empagliflozina na dose de 10 mg + placebo, e a combinação de ambos os medicamentos. O desfecho primário foi a variação relativa da RAC em 180 dias. 

 Resultados

A mediana basal da RAC foi semelhante entre os grupos (579 mg/g), assim como a eGFR (54 ml/min). Após 180 dias, a combinação de finerenona e empagliflozina levou a uma redução média relativa da RAC de 52%, o que foi 29% maior do que o uso isolado de finerenona e 32% maior do que o uso isolado de empagliflozina. A diferença relativa de redução favoreceu a terapia combinada com significância estatística.  

Em relação à segurança, a incidência de eventos adversos foi similar entre os grupos, mas houve discreto aumento de hipercalemia no grupo da finerenona e mais episódios de queda da eGRF acima de 30% no grupo da terapia combinada. Porém, estes efeitos foram reversíveis com o ajuste das medicações e não houve aumento relevante de eventos graves. 

Vale ressaltar que não foi avaliado outros desfechos renais ou cardiovasculares e o tempo de seguimento foi curto. No entanto, temos a primeira evidência de algum benefício do uso combinado das duas drogas, abrindo portas para estudos futuros que avaliem outros desfechos clínicos, corroborando um possível benefício adicional da terapia combinada. 

Considerações

De qualquer modo, esses achados indicam que a combinação de finerenona com empagliflozina promoveu uma redução aditiva e clinicamente significativa na albuminúria, um marcador estabelecido de dano renal e risco cardiovascular em pacientes com DRC e DM2.  

 Conclusão e mensagem prática

Em conclusão, o uso simultâneo de finerenona e empagliflozina mostrou-se superior ao uso isolado de cada uma na redução da albuminúria, sem comprometer a segurança em pacientes com DM2. Estes dados fortalecem a proposta de abordagem multifarmacológica precoce na proteção renal e cardiovascular em pacientes com DRC e DM2. 

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