O vitiligo é uma dermatose despigmentante decorrente da perda progressiva de melanócitos, gerando impacto psicossocial importante nos seus portadores. Fatores imunológicos como células T CD8+ ativadas, secreção de interferon-gama (IFN-γ) e de quimiocinas pela via JAK/STAT estão envolvidos na apoptose dessas células.
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Análises atuais
Estudos recentes têm demonstrado o papel central da via JAK/STAT no vitiligo, com aumento da expressão de JAK1 e JAK3 nas áreas acrômicas e perilesionais. A terapia com inibidores de JAK, incluindo ruxolitinibe, baricitinibe e tofacitinibe tem se mostrado bem promissora. Com base em ensaios clínicos de fase 3 que avaliaram a segurança e eficácia do creme de ruxolitinibe (Opzelura) a 1,5%, a FDA aprovou seu uso para o tratamento de vitiligo não segmentar em pacientes adultos e pediátricos a partir de 12 anos.
O Ruxolitinibe é um inibidor seletivo da JAK1 e JAK2 . Sua formulação oral foi aprovada em 2011 para o tratamento de policitemia vera, trombocitemia essencial e mielofibrose. Apesar da medicação também ter demonstrado eficácia em doenças inflamatórias da pele como alopecia areata, a administração tópica em creme resultou em maiores concentrações na epiderme e derme, com efeitos colaterais sistêmicos mínimos. Dessa forma, estudos têm investigado sua eficácia em dermatoses inflamatórias como vitiligo, alopecia areata, dermatite atópica, líquen plano e psoríase.
Resultados
No vitiligo, o creme de ruxolitinibe foi capaz de produzir uma repigmentação clinicamente significativa de todas as áreas corporais, incluindo regiões acrais, que são difíceis de repigmentar. A fototerapia UVB concomitante pareceu melhorar a eficácia da medicação. Em geral uma concentração de 1,5% duas vezes ao dia, no rosto e/ou corpo, trouxe melhora clínica a partir de 6 meses, com melhora contínua até aproximadamente 1 ano.
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A administração tópica do medicamento permite melhor entrega, início de ação rápido e evita efeitos os colaterais temidos dos inibidores de JAK orais como infecções graves, problemas cardíacos e trombose. No caso da medicação tópica, os eventos adversos mais comuns foram acne localizada, eritema, prurido, nasofaringite, cefaleia e febre. Seu uso não é recomendado em casos de infecção, hipersensibilidade a qualquer componente da formulação, cardiopatia não controlada e gravidez. Ainda são necessários mais estudos para determinar sua dosagem ideal, eficácia e segurança a longo prazo.
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