Tempo de leitura: [rt_reading_time] minutos.
Sedação paliativa é um tema delicado e cercado de algumas polêmicas. Durante o I Congresso de Cuidados Paliativos do Rj, ocorreu uma palestra bastante esclarecedora ministrada pela Dra Mariana Sevilha. Iremos compartilhar os melhores momentos e dicas.
Inicialmente, as fases do cuidado foram relembradas e foi ressaltado que a sedação paliativa só deve ser pensada quando o paciente está em processo ativo de morte. E depois que todas as outras medidas de conforto já foram otimizadas.
Imagem do I congresso de Cuidados Paliativos RJ – 16 de agosto de 2019
Saiba mais: Projeto de lei que garante autonomia ao paciente no fim da vida é aprovado
Quais as indicações de sedação paliativa?
- Tratamento de sintomas refratários. (delirium, dispneia, ansiedade e dor);
- Alívio inadequado;
- Excessiva morbidade;
- Demora nos resultados de outras medidas.
O que não seriam indicações de sedação paliativa?
- Sintomas não refratários;
- Sofrimento dos familiares e da equipe de saúde.
Quais os tipos de sedação?
Há 3 tipos de sedação: Intermitente (por exemplo, só no período noturno), superficial contínua e profunda contínua. Deve-se iniciar por sedação intermitente.
Leia também: Conheça os principais mitos sobre Cuidados Paliativos
A sobrevida reduz com a sedação paliativa?
Mito! A sobrevida dos pacientes com sedação paliativa e sem sedação é parecida (3 a 5 dias). Não podemos esquecer, por exemplo, que o paciente em franca insuficiência respiratória tem um gasto excessivo de energia, que pode ser poupado com a sedação.
Quais as opções de sedação disponíveis?
- Midazolam : baixo custo, alta eficácia, ação rápida, risco de reação paradoxal;
- Levomepromazina e clorpromazina: baixo custo, efetivos nos casos de delirium; risco de efeitos piramidais, reação paradoxal;
- Fenobarbital: Maior potencial sedativo em doses mais elevadas; útil quando há HIC ou convulsões associadas; início de ação mais lento; meia-vida mais longa e titulação difícil; mais efeitos adversos ( náuseas, vômitos);
- Dexmedeomedina: início de ação rápido e meia-vida curta; ação analgésica adjuvante; baixa incidência de reações adversas; potencial sedativo baixo e alto custo;
- Propofol: início de ação ultrarrápido; alto potencial sedativo; maior risco de depressão respiratória; alto custo.
A droga de escolha é o midazolam! Esquema prático de prescrição: – 20mL de midazolam 5mg/mL + 80mL de SF 0,9% (100mL). Fazer bolus de 1 a 5 mL desta solução. Iniciar a 1-2mL/h e titular conforme o grau de sedação necessário.
Agora chegamos em uma parte da palestra que eu gostaria que ficasse gravada no coração de todos que estão lendo este artigo:
Imagem do I congresso de Cuidados Paliativos RJ – 16 de agosto de 2019
Por que isso? A morfina não está entre as medicações utilizadas em sedação paliativa, pois é um analgésico, não um sedativo ou neuroléptico (classes de drogas comumente utilizadas nessa situação). Além disso, pode causar depressão respiratória em altas doses.
Veja mais: Morfina: mitos e verdades para boa prática em Cuidados Paliativos
Quer aprofundar seus estudos sobre o tema?
Seguem algumas das bibliografias sugeridas na palestra:
Como você avalia este conteúdo?
Sua opinião ajudará outros médicos a encontrar conteúdos mais relevantes.