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Infectologia17 dezembro 2018

Saiba como é o manejo do paciente com HIV pelo médico generalista

O Ministério da Saúde possui um manual para guiar o médico generalista no acompanhamento de pacientes portadores do vírus HIV.

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Nos últimos anos, o portador de HIV se mostrou um paciente com doença crônica que pode alcançar excelente prognóstico e não necessariamente levar à imunossupressão. Devido à prevalência cada vez maior em todo o mundo, os sistemas de saúde veem como um passo necessário orientar os médicos generalistas ao manejo do paciente soropositivo. Sendo assim, inclusive o Ministério da Saúde possui um manual para guiar o médico generalista no acompanhamento dessas pessoas.

A sorologia deve ser realizada em toda a população adulta assintomática a fim de detectar a doença precocemente. Antes do teste, é importante orientar ao paciente sobre formas de contágio, possibilidades de tratamento e quebras de estigmas. Após o resultado, o paciente deve receber orientações sobre o impacto de ser portador e como pode conciliar sua vida com isso, ou então orientações sobre como evitar o contágio. O diagnóstico pode ser feito por testes rápidos ou sorologias laboratoriais, embora os testes rápidos tenham se tornado cada vez mais recomendados, devido ao excelente custo-benefício.

Leia mais: Como orientar o rastreio e prevenção do HIV a partir de evidências?

São algumas situações em que o profissional deve solicitar o exame: febre de origem obscura, mais de duas pneumonias por ano, herpes simples com duração maior que um mês, varicela-zoster, diarreia por mais de três semanas, tuberculose, candidíase de repetição e alterações no Papanicolau.

Caso o paciente seja diagnosticado como portador de HIV, deve ser submetido a exame físico completo, a fim de busca de sinais de comorbidades, que podem ir de alterações cardíacas e pulmonares a um déficit neurológico ou até mesmo alteração cutânea. É prudente que também sejam solicitadas sorologias para sífilis e hepatite B. Deve também ser solicitada a carga viral, CD4, exames de função renal e hepática, além de hemograma, lipidograma, glicemia de jejum, sorologia para toxoplasmose, radiografia de tórax e prova tuberculínica.

Após os resultados dos exames, se o paciente não possuir nenhuma alteração, o tratamento pode ser iniciado com o esquema padrão 2+1 (lamivudina, tenofovir e dolutegravir), e os exames devem ser repetidos após algumas semanas a fim de verificar como o corpo tem lidado com os antirretrovirais.

Caso o paciente possua o diagnóstico CD4<350, deve ser imediatamente referenciado ao infectologista, se ocorrer CD4> 350 o paciente pode seguir sendo manejando na atenção básica, com solicitação de carga viral anual, e sem necessidade de medidas seriadas de CD4 quando a carga viral tornar-se indetectável.

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