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Clínica Médica3 abril 2025

ACP 2025: Como a inteligência artificial pode reduzir a sobrecarga do médico

O primeiro dia do congresso apresentou uma palestra sobre o uso da inteligência artificial na rotina do médico. Confira!
Por Juliana Avelar

No primeiro dia do congresso da ACP aconteceu uma palestra sobre o uso da inteligência artificial na rotina do médico. A ideia da apresentação era ensinar como a IA pode ser utilizada na área da saúde para resolver tarefas administrativas e outros aspectos onerosos do cuidado clínico. Além disso, os palestrantes queriam passar os riscos e benefícios dessas tecnologias e quais perguntas devemos fazer ao considerar sua implementação na nossa prática. 

Benefícios: 

  • Melhoria na comunicação com os pacientes
    • Economia de tempo/redução de tarefas não clínicas
    • Redução da sobrecarga cognitiva
    • Maior engajamento dos pacientes
    • Satisfação e bem-estar na prática clínica 

Riscos: 

  • Questões de privacidade e segurança
    • Falta de transparência
    • Viés nos algoritmos > necessidade de revisão pelo médico
    • Perda de habilidades clínicas (de-skilling)
    • Perda da confiança do paciente
    • Alta demanda computacional 

A professora demonstra que eles foram um dos primeiros nos EUA a utilizarem programas – Abridge e DAX Copilot – de IA de escuta ambiental (para transcrição da consulta, por exemplo). 

Como resultados, eles tiveram redução do tempo de documentação, mas as anotações foram mais longas.  Sendo assim, houve um ganho de eficiência, mas nota-se que as ferramentas ainda precisam ser aprimoradas para registros mais precisos e concisos.  

Como exemplo, um médico especialista que gastava 15 minutos e 18 segundos em anotação, passou a gastar 12 minutos e 58 segundos após adoção da ferramenta. 

Algumas ferramentas possuem também a capacidade de traduzir as notas para a língua nativa do paciente, assim como oferecer resumos sobre a consulta e orientações ao paciente.  

A segunda parte da palestra abordou a ferramenta que resume prontuários.  

Os destaques foram: 

  1. Resumo de prontuários com IA generativa 
  1. Gerenciamento centralizado de prompts  
  1. Desenvolvido para atendimento ambulatorial, mas com ampla aplicabilidade 
  1. Atividade na barra lateral – Coluna “passe o mouse para descobrir”
    • Resumo geral com a possibilidade de focar em tópicos de interesse 

Durante a palestra, foi perguntado ao público qual tipo de IA os médicos já utilizam no dia a dia e as respostas mais frequentes foram: transcrição de consulta e pesquisa em plataformas como ChatGPT. 

A doutora terminou sua parte com a indicação de leitura do artigo “Electronic Health Records Failed to Make Clinicians’ Lives Easier—Will AI Technology Succeed?” publicado no JAMA em 2023 (link https://jamanetwork.com/journals/jama/fullarticle/2810567). 

Em seguida, o dr Stephen MA, da Universidade de Stanford, mostrou como funciona a ferramenta que responde perguntas enviadas pelos pacientes. A ferramenta tem instruções pré-especificadas sobre como agir e qual linguagem usar e, ao receber uma mensagem de paciente, usa as informações do prontuário para gerar uma resposta, que apenas deve ser revisada pelo médico.  

Os resultados do uso dessa ferramenta: redução de 17% no escore de burnout (mais detalhes no artigo https://jamanetwork.com/journals/jamanetworkopen/fullarticle/2816494). 

Foram citados os desafios dessa ferramenta, que está em fase de aprimoramento: 

  • Personalização limitada: Falta de ajustes personalizados para cada usuário. 
  • Adaptação por função: Necessidade de rascunhos mais específicos para diferentes funções. 
  • Suporte a mais formatos: Restrições para anexos e mensagens em outros idiomas. 
  • Uso incompleto do contexto: Modelos poderiam aproveitar melhor todo o histórico do prontuário. 

 

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