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Cirurgia2 novembro 2015

O que mudou no novo ACLS 2015?

Reportagem resume todas as principais mudanças nas diretrizes de ressuscitação cardiopulmonar do ACLS publicadas em 2015 pela AHA.

Por Eduardo Moura

A American Heart Association (AHA) acaba de publicar a mais recente edição de suas diretrizes de Advanced Cardiovascular Life Support (ACLS). Embora a atualização de 2015 traga algumas novidades, como resumiremos a seguir, pouco realmente mudou e não será difícil para o profissional incorporar as novidades. Digamos que o ACLS está sendo continuamente polido pelas novas evidências científicas, porém dificilmente haverá mudanças radicais.

Como o título da reportagem promete, seguem as principais mudanças do ACLS 2015 em relação a sua edição prévia (2010):

  1. Vasopressina “no more”: Provavelmente a mudança de maior repercussão, a vasopressina foi definitivamente retirada do protocolo do ACLS. O motivo foi por mera simplificação de conduta, visto que a vasopressina não oferece vantagem alguma em relação à adrenalina, nem mesmo em associação. Portanto, não há motivos de mantê-la no protocolo;
  2. Adrenalina precocemente: Outra mudança no protocolo é quanto a recomendação de início precoce de adrenalina, tão logo a droga esteja disponível em pacientes com ritmo não-chocável, a mesma deve ser administrada, visto que estudos demonstraram melhores desfechos na administração precoce da droga;
  3. Ventilação durante RCP: A ventilação com via aérea avançada foi simplificada, recomendando-se a realização de 10 ventilações por minuto, ou seja, 1 ventilação a cada 6 segundos;
  4. Capnografia: A capnografia, já inclusa em 2010 no protocolo, para monitorização da ressuscitação, agora é recomendada como um sinal prognóstico objetivo para determinação de quando parar a ressuscitação. Em pacientes com via aérea avançada, um ETCO2 de até 10 mmHg na capnografia após 20 minutos de ressuscitação indica baixíssima probabilidade de sucesso, podendo ser levado em consideração para a determinação do fim dos esforços;
  5. RCP com CEC: Embora a evidência ainda seja pequena, já pode ser recomendado o uso de circulação extracorpórea para ressuscitação em pacientes que não responderam à ressuscitação convencional e que possam apresentar algum benefício, como pacientes que aguardam transplante cardíaco;
  6. Antiarrítmicos pós-PCR FV/TVSP: Também carecendo de evidências fortes, o uso de beta-bloqueadores e lidocaína está indicado após o retorno a circulação espontânea em paradas por fibrilação ventricular ou taquicardia ventricular sem pulso;
  7. Benefício do corticoide: Pode parecer contraditório, porém uma nova recomendação (com nível de evidência baixo por estar baseado em apenas um estudo) indica o benefício de se usar a combinação vasopressina 20 U + adrenalina 1 mg a cada 3 minutos, associando no primeiro ciclo uma dose de metilprednisolona 40 mg. Seguindo esta recomendação, deve-se manter hidrocortisona 300 mg/dia por 7 dias após retorno de circulação espontânea.

Esperamos que tenham gostado deste resumo de recomendações. Compartilhem com seus amigos e colegas de trabalho.

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Referências Bibliográficas:

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