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Cirurgia24 setembro 2015

Evitando a depressão respiratória por opioides

Pesquisadores do St. Joseph Mercy Hospital desenvolveram uma ferramenta para auxiliar médicos a determinarem pacientes em risco de depressão respiratória induzida por opioides.

Por Bruno Lagoeiro

Pesquisadores do St. Joseph Mercy Hospital, nos EUA, desenvolveram uma ferramenta para auxiliar médicos a determinarem pacientes em risco de depressão respiratória induzida por opioides.

Esta nova ferramenta foi apresentada durante a PAINWeek 2015 e é chamada de índice de risco para depressão respiratória induzida por opioides (OIRD index risk). O índice foi desenvolvido baseado em um estudo retrospectivo, entre 2012 e 2014, avaliando pacientes maiores de 18 anos, que haviam recebido opioides com até 24h do ato cirúrgico.

Depressão respiratória foi definida no estudo, como a necessidade utilizar naloxona para reverter os efeitos colaterais do opioide. A análise apontou que apenas 114 dos 13.838 pacientes do estudo precisaram utilizar naloxona para reverter o quadro.

Nos dados coletados os pesquisadores encontraram alguns fatores de risco associados a depressão respiratória por opioides. Estes foram separados em duas categorias: fatores individuais e iatrogênicos.

Veja também: ‘Opioides, o vício legal e ilegal’

Os fatores individuais incluem a idade, obstrução de via aérea, disfunção orgânica (coração, rins, fígado e pulmão) e o tipo de cirurgia. Os fatores iatrogênicos foram determinados pela porcentagem de pacientes que receberam naloxona no pós operatório comparando o dia 0 vs. dia 1 e 2, pacientes que receberam opioides ou sedativos intravenosos 12 horas após receberem naloxona e pacientes que receberam opioides de longa duração.

Os pesquisadores desenvolveram uma escala com pontuação/peso para cada fator de risco. Quanto maior a pontuação maior a chance do paciente necessitar de naloxona para reverter o uso do opioide. O fator de maior pontuação foi a disfunção hepática.

Utilizando este índice os pacientes podem ser alocados em quatro categorias de risco: baixo, moderado, alto ou muito alto. Pacientes com o risco alto ou muito alto devem ser monitorados com maior atenção. O objetivo dos pesquisadores é que o índice seja utilizado no pré operatório e faça parte da avaliação do anestesista, permitindo maior cuidado com os pacientes de elevado risco bem como uma melhor escolha das medicações, até mesmo da via de administração, durante e após o ato cirúrgico.

Prevenir a depressão respiratória possui um alto impacto na sobrevida dos pacientes. A aplicação desta nova ferramenta corrobora com o conceito de segurança do paciente e pode ser utilizado como parâmetro de qualidade pelos hospitais.

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Referências:

  • New Risk Tool for Opioid-Induced Respiratory Depression. Medscape. Sep 16, 2015.
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