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Cirurgia25 janeiro 2022

Avaliação de dor após eletroneuromiografia em pacientes com suspeita de síndrome do túnel do carpo

A síndrome compressiva neural mais comum é a do túnel do carpo, sendo na maioria das vezes conduzida por cirurgiões de mão ou ortopedistas.

A síndrome compressiva neural mais comum é a do túnel do carpo, sendo na maioria das vezes conduzida por cirurgiões de mão ou ortopedistas. Os pacientes geralmente são submetidos a testes de condução nervosa para complementar o exame físico a fim de determinar o grau de neuropatia e indicação cirúrgica.

Entretanto, é comum os pacientes se queixarem de desconforto e dor após uma eletroneuromiografia, com alguns estudos demonstrando a ansiedade experimentada pelos mesmos durante os testes. Muitas das vezes não é levada em consideração na hora do teste a clínica do paciente e não há menção pré-teste ao desconforto que ele pode gerar.

Leia também: Eletroneuromiografia: qual a sua importância na paralisia facial periférica?

Avaliação de dor após eletroneuromiografia em pacientes com suspeita de síndrome do túnel do carpo

O estudo

Foi publicado recentemente na revista Journal of Hand Surgery Global Online um estudo prospectivo conduzido na Universidade de Tóquio com o objetivo de quantificar a dor sentida pelos pacientes durante os testes de condução nervosa e analisar fatores associados que deveriam ser reconhecidos pelos médicos. Foram selecionados 30 pacientes maiores de 20 anos com diagnóstico provável de síndrome do túnel do carpo pelo exame físico que foram submetidos a eletroneuromiografia e que, imediatamente após, foram avaliados pela escala visual analógica de dor.

A média de idade dos pacientes foi de 69 anos, sendo 24 mulheres e o tempo médio do exame foi de 39,5 minutos, com estimulação máxima média de 37,9 miliamperes (mA). Não foram encontradas diferenças significativas na análise da escala visual de dor com relação à idade, sexo, diabetes ou gravidade da síndrome do túnel do carpo (p = 0,272). Os valores na escala visual de dor foram significativamente maiores quando a estimulação foi maior ou igual a 40 mA e quando o tempo de exame foi maior ou igual a 30 minutos.

O estudou apresentou algumas limitações importantes como não levar em consideração as medicações analgésicas ingeridas por cada paciente, que poderiam levar a diferenças nos resultados. Além disso, a dor não foi avaliada pré-teste para servir de comparação.

Na nossa prática

Apesar das limitações, o estudo é importante ao demonstrar que a eletroneuromiografia pode ser um exame doloroso para o paciente. A síndrome do túnel do carpo é muito frequente na nossa prática e o exame clínico clássico associado a uma boa anamnese pode ser suficiente para fechar o diagnóstico. A queixa de parestesia em território do nervo mediano, pior à noite, com positividade dos testes de tinel, Phalen e Durkan é extremamente sugestiva do diagnóstico e quando associada à atrofia tenar denota um caso avançado.

Saiba mais: Papel da eletroneuromiografia na Covid-19

Muitas das vezes o pedido da eletroneuromiografia é um complemento. Cabe ao cirurgião informar o paciente dos “desconfortos” do exame e julgar a necessidade de aplicação em cada caso. Além disso, vale a quem aplica o exame (geralmente neurologistas) saber o tempo e intensidade dos estímulos para deixar o exame mais confortável para o paciente.

Referências bibliográficas:

  • Sasaki T, et al. Assessment of Pain During Nerve Conduction Studies in Patients With Carpal Tunnel Syndrome. Journal of Hand Surgery Global Online. 2022. doi: 10.1016/j.jhsg.2021.12.004.
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