Essa semana publicamos um quiz sobre paciente hipertensa que apresentou intensa dor precordial, em aperto, constante, com irradiação para o braço esquerdo, acompanhada de lipotímia e evoluindo para perda de consciência. Assim, em nossa publicação semanal de conteúdos compartilhados do Whitebook Clinical Decision vamos falar um pouco sobre o assunto.
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Anamnese da hipertensão
Recomendações de screening: Rastreio anual em pacientes com pressão arterial normal (< 120 x 80 mmHg). Rastreio semestral em adultos com fatores de risco para hipertensão ou com pressão sistólica entre 120-129 mmHg, obtida em medições anteriores.
A hipertensão arterial costuma ser assintomática e seu diagnóstico é estabelecido através de medidas rotineiras da pressão arterial. Frequentemente, pacientes que nunca tiveram diagnóstico de hipertensão arterial estabelecem o diagnóstico após uma urgência ou emergência hipertensiva.
Na anamnese, torna-se fundamental identificar os fatores de risco para hipertensão primária, bem como avaliar a possibilidade de hipertensão secundária e sinais de lesão de órgão-alvo.
Fatores de risco para a hipertensão arterial sistêmica (HAS) primária:
- Idade > 60 anos;
- Sobrepeso / Obesidade (avaliar IMC e circunferência abdominal) ;
- Aumento da circunferência abdominal (homens > 94 cm, mulheres > 80 cm);
- Sedentarismo;
- Tabagismo;
- Álcool;
- Dislipidemia;
- Intolerância à glicose ou diabetes;
- Síndrome metabólica;
- Doença arterial periférica (doença arterial coronariana, doença carotídea ou doença cerebrovascular);
- História familiar/ genética;
- Redução do número de néfrons;
- Dieta rica em sódio (> 3.000 mg/dia);
- Hipovitaminose D;
- Fatores socioeconômicos;
- Transtornos de personalidade e depressão.
Medicamentos e drogas que podem contribuir para a HAS:
- Anti-inflamatórios não esteroides (AINE);
- Anticoncepcionais com altas doses de estrogênio;
- Antidepressivos (tricíclicos e inibidores seletivos da recaptação de serotonina);
- Corticoides;
- Estimulantes, anfetaminas e metanfetaminas;
- Cocaína e simpaticomiméticos;
- Descongestionantes nasais (Pseudoefedrina);
- Eritropoetina;
- Ciclosporina.
Doenças relacionadas com a hipertensão secundária:
- Doença renal primária;
- Hipertensão renovascular;
- Hiperaldosteronismo primário;
- Síndrome de Cushing;
- Feocromocitoma;
- Apneia obstrutiva do sono;
- Acromegalia;
- Tireoidopatias;
- Hiperparatireoidismo;
- Coarctação de aorta.
Exame Físico
O objetivo é avaliar a presença de sinais de lesão de órgão-alvo, doença cardiovascular estabelecida e evidência de uma potencial causa secundária.
Obviamente, a medida da pressão arterial deve ser realizada com a técnica correta e nas melhores condições possíveis. Recomenda-se que, na primeira consulta, a pressão arterial seja aferida em ambos os membros superiores e três medidas sejam realizadas, descartando-se a primeira e utilizando a média das outras duas. Em idosos e diabéticos, também devem obtidas medidas com o paciente deitado e sentado (para pesquisa de hipotensão postural).
Atenção! A pressão sistólica deve ser equivalente em ambos os membros, sendo assim, uma diferença > 15 mmHg deve sugerir a presença de estenose de subclávia ou doença arterial periférica.
A última atualização da diretriz norte-americana de hipertensão definiu critérios mais rígidos para o diagnóstico da doença, baseados no impacto populacional em relação aos valores de pressão arterial.
Classificação da HAS (Guideline dos EUA) | ||
Média de duas medidas da pressão arterial por consulta em, pelo menos, duas consultas, após uma triagem inicial | ||
Classificação | Sistólica (mmHg) | Diastólica (mmHg) |
Normal | < 120 | < 80 |
PA Elevada | 120-129 | < 80 |
HAS Estágio 1 | 130-139 | 80-89 |
HAS Estágio 2 | ≥ 140 | ≥ 90 |
Sistólica Isolada | ≥ 130 | < 80 |
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