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Dispneia é um sintoma comum no paciente cirrótico. A anamnese e o exame físico são as ferramentas iniciais de avaliação. O objetivo do médico é identificar a causa da dispneia. Em cirróticos, as causas potenciais são:
- Cardiogênica
- Miocardiopatia cirrótica
- Hipertensão portopulmonar
- Pulmonar
- Síndrome hepatopulmonar
- Derrame pleural direito
- Pneumonia
- Outras
- Compressão extrínseca pela ascite
Nesta avaliação inicial, dois sintomas/sinais devem chamar a atenção do médico e não podem faltar:
- Platipneia: a dispneia que piora ao ficar de pé
- Ortodeoxia: a oximetria cai > 5% e/ou a paO2 > 4 mmHg ao ficar de pé
Ambos são característicos (mas não patognomônicos) da síndrome hepatopulmonar (SHP). A causa desta patologia é a vasodilatação vascular intrapulmonar, o que promove shunt veno-arterial e dificuldade na captação e transporte de oxigênio. A consequência é hipoxemia, com dispneia e, a longo prazo, cianose e baqueteamento digital.
Uma vez que haja suspeita clínica de SHP, a oximetria é a triagem inicial. Se < 96%, os especialistas recomendam:
- Gasometria arterial: confirmar hipoxemia e aumento do gradiente alveolo-arterial de O2
- Ecocardiograma transtorácico com microbolhas: mostra o shunt intrapulmonar quando há aparecimento de bolhas no lado esquerdo após 3 a 8 batimentos. Essa marcação é importante porque quando o shunt é intracardíaco (ex: CIA), as bolhas surgem com apenas 1 ou 2 batimentos, isto é, mais precocemente. O ECO também permite medir a pressão na artéria pulmonar e o diagnóstico diferencial com hipertensão portopulmonar.
- Rx e/ou TC tórax: para o diagnóstico diferencial.

O grau de hipoxemia permite estimar a gravidade da HPS:
Gravidade | paO2 (mmHg) |
Leve | ≥ 80 |
Moderada | 60-80 |
Grave | 50-60 |
Muito Grave | < 50 |
Feito o diagnóstico, o único tratamento de suporte é a suplementação de oxigênio! (indicada em pacientes < 60 mmHg). A cura, apenas através do transplante. Quem quiser mais informações, há uma diretriz recente sobre SHP e hipertensão portopulmonar.
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Referências:
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