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Cardiologia9 agosto 2017

Realização de ECG em pacientes de baixo risco oferece pouco benefício

Os testes diagnósticos são instrumentos importantes na facilitação de decisões médicas. As diretrizes clínicas recomendam que os exames sejam solicitados com critérios restritivos e seletivos sempre com o apoio de justificativas clínicas. A realização de eletrocardiograma (ECG) de rotina não é recomendada em pacientes com baixo risco e assintomáticos, mas a frequência e o impacto …

Por Juliana Festa

Os testes diagnósticos são instrumentos importantes na facilitação de decisões médicas. As diretrizes clínicas recomendam que os exames sejam solicitados com critérios restritivos e seletivos sempre com o apoio de justificativas clínicas.

A realização de eletrocardiograma (ECG) de rotina não é recomendada em pacientes com baixo risco e assintomáticos, mas a frequência e o impacto desses exames são desconhecidos. Qual é a frequência de ECGs após uma avaliação de saúde anual em pacientes sem condições cardíacas conhecidas ou fatores de risco? Qual é o impacto de um ECG na avaliação cardíaca subsequente ou nos desfechos dos pacientes?

Para responder estas questões, um estudo observacional retrospectivo foi realizado em Ontário, no Canadá, usando uma base de dados de cuidados em saúde.

Um total de 3.629.859 pacientes adultos tinham, pelo menos, uma avaliação de saúde anual. Destes pacientes, 21,5% realizaram um ECG dentro de 30 dias após a avaliação clínica. A proporção de pacientes que realizaram um ECG variou de 1,8% a 76,1% entre 679 unidades de atenção primária e de 1,1% a 94,9% entre 8.036 médicos de atenção primária.

Veja também: ‘Médicos brasileiros são os que mais pedem exames’

Foi possível observar que os pacientes que realizaram o ECG foram significativamente mais propensos a receber testes, consultas ou procedimentos cardíacos adicionais quando comparados aos pacientes que não realizaram o exame (odds ratio [OR]: 5,14; p<0,001).

As taxas de morte (0,19% versus 0,16%), hospitalizações por doenças cardíacas (0,46% versus 0,12%) e revascularizações coronarianas (0,20% versus 0,04%) foram baixas tanto nas coortes que realizaram o ECG quanto nas coortes que não realizaram o exame.

Portanto, os resultados mostraram o ECG após uma avaliação médica anual é comum, e varia significativamente entre os médicos de cuidados primários. Adicionalmente, os procedimentos de baixo custo, como os ECGs em pacientes de baixo risco, ocorrem com frequência considerável e, principalmente, podem ocasionar a realização de testes mais avançados que agregam custos com pouco benefício aos pacientes.

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Referências:

  • Bhatia RS, Bouck Z, Ivers NM, Mecredy G, Singh J, Pendrith C, Ko DT, Martin D, Wijeysundera HC, Tu JV, Wilson L, Wintemute K, Dorian P, Tepper J, Austin PC, Glazier RH, Levinson W. Electrocardiograms in Low-Risk Patients Undergoing An Annual Health Examination. JAMA Intern Med. Published online July 10, 2017. doi:10.1001/jamainternmed.2017.2649

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