Um grupo de autores suecos publicaram recentemente um artigo no periódico BJOG que estudou a associação de pré-eclâmpsia (PE) com doença cardiovascular futura.
A literatura médica tem demonstrado que o diabetes mellitus gestacional (DMG) e as síndromes hipertensivas da gestação, especialmente a PE estão associadas com riscos aumentados a longo prazo, como diabetes mellitus tipo 2, hipertensão arterial crônica, síndrome metabólica e doença cardiovascular (DCV).
Diante dessas associações, esse estudo teve objetivo de investigar se a associação de PE com DCV é independente de DMG e se é modificada pelo índice de massa corporal (IMC) ou pela própria DMG.
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Métodos
Trata-se de um estudo caso-controle, desenvolvido a partir de um banco de dados nacionais, que avaliou mulheres com DCV entre 1991 e 2008 e que tiveram uma gravidez prévia. O grupo controle foi formado por mulheres sem DCV na proporção 1:5 (mesma idade, ano de diagnóstico e região de nascimento).
Foram realizadas regressões logísticas para avaliar os objetivos citados acima. Foram analisados 2.639 casos de mulheres com DCV e 13.310 mulheres no grupo controle.
Resultados
PE e DMG são fatores de risco independente para DCV (adjusted odds ratio [aOR] 2,59, IC 95% 2,12–3,17 e aOR 1,47, IC 95% 1,04–2,09). Após a estratificação pelo IMC materno, a associação de PE com DCV não diferiu entre os grupos ou faixas de IMC. Similares achados foram encontrados quando as mulheres foram divididas em DMG e sem DMG.
Conclusão
Os autores então concluíram que PE e DMG são fatores de risco independentes para DCV e ter ambos durante a gravidez é um fator de risco importante para DCV. A associação entre pré-eclâmpsia e DCV não é modificada pelo IMC.
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Mensagem prática
Assim, programas eficazes de prevenção de DCV para mulheres de alto risco são urgentemente necessários para melhorar a saúde das mulheres a longo prazo.
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