Novas recomendações para tratamento da hipertensão arterial em pacientes com 60 anos ou mais do American College of Physicians e American Academy of Family Physicians foram recém publicadas no Annals of Internal Medicine. Resumimos abaixo, as principais orientações.
População alvo: Adultos com 60 anos ou mais portadores de hipertensão arterial.
Tratamento avaliado: Alvo terapêutico de pressão sistólica < 150 mmHg X alvo terapêutico de pressão sistólica ≤ 140 mmHg.
Desfechos avaliados:
- Mortalidade, incidência de eventos cardíacos e acidente vascular encefálico foram todos reduzidos com o tratamento.
- Tratar para alvos mais baixos de pressão sistólica (≤ 140 mmHg) não apresentou redução adicional de mortalidade, qualidade de vida e estado funcional, porém apresentou redução na incidência de eventos cardíacos e acidente vascular encefálico.
Adversidades:
- Aumento da taxa de abandono terapêutico devido a efeitos adversos dos medicamentos quanto menor o alvo de pressão sistólica;
- Aumento de tosse, hipotensão e risco de síncope com o tratamento para alvo de pressão sistólica ≤ 140 mmHg;
- Nenhuma diferença nos desfechos renais, cognitivos, quedas e fraturas.
Recomendações:
- Iniciar tratamento em pacientes com idade de 60 anos ou mais com pressão sistólica ≥ 150 mmHg, com o objetivo de manter a pressão sistólica < 150 mmHg. É recomendado que clínicos discutam com seus pacientes os riscos e benefícios de determinar um alvo terapêutico mais baixo de pressão sistólica, sendo avaliado caso a caso.
- Considerar iniciar ou intensificar o tratamento farmacológico em pacientes com 60 anos ou mais com histórico de acidente vascular encefálico ou ataque isquêmico transitório ou alto risco cardiovascular, determinando objetivo terapêutico de pressão sistólica < 140 mmHg. Deve-se discutir abertamente com o paciente os riscos e benefícios desta estratégia.
Considerações:
- Medida acurada da pressão arterial é fundamental antes do início do tratamento. Alguns pacientes podem apresentar pressão arterial elevada em consulta médica, medidas ambulatoriais ou domiciliares podem ser apropriadas;
- Deve-se considerar o tratamento não-farmacológico como proposta terapêutica, inclusive a perda de peso, mudanças dietéticas, aumento da atividade física, em conjunto com o tratamento farmacológico;
- Considerar a interação medicamentosa com os demais medicamentos já administrados ao paciente;
- Prescrever medicamentos genéricos quando disponíveis;
- A evidência para idosos frágeis e com múltiplas morbidades é limitada, devendo-se avaliar caso a caso.
Referências Bibliográficas
Qaseem, Amir MD, PhD, MHA; Wilt, Timothy J. MD, MPH, et al. Pharmacologic Treatment of Hypertension in Adults Aged 60 Years or Older to Higher Versus Lower Blood Pressure Targets: A Clinical Practice Guideline From the American College of Physicians and the American Academy of Family Physicians. Ann Intern Med. DOI: 10.7326/M16-1785. Este artigo foi publicado em www.annals.org em 17 de Janeiro de 2017.
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