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Cardiologia26 março 2024

Excesso de niacina pode contribuir para o risco de doenças cardiovasculares

Pesquisadores associaram a substância a um risco elevado de ataque cardíaco e AVC. Veja mais detalhes aqui.
Estudo publicado na Nature Medicine identificou duas moléculas no plasma sanguíneo associadas a eventos cardiovasculares adversos maiores, 2PY and 4PY, ambas produzidas quando o corpo precisa metabolizar a niacina, o que pode indicar que o excesso de niacina (neste caso, o ácido nicotínico), uma vitamina do complexo B normalmente usada para diminuição dos níveis de colesterol, seria um risco para saúde.  De acordo com o pesquisador líder do estudo, Dr. Stanley Hazen: “Os efeitos da niacina sempre foram um tanto paradoxais. Apesar da niacina reduzir o colesterol, os benefícios clínicos sempre foram menores do que o previsto com base no grau de redução do LDL. Isso levou à ideia de que o excesso de niacina causava efeitos adversos pouco claros que neutralizavam parcialmente os benefícios da redução do LDL. Acreditamos que nossas descobertas ajudam a explicar esse paradoxo.” 

Resumo 

O estudo inicial analisou o plasma sanguíneo de 1.162 pacientes com doenças cardíacas estáveis e descobriu o risco maior associado.   Duas coortes de validação, uma nos EUA (2,331 pacientes) e outra na Europa (832 pacientes), demonstraram que as pessoas que apresentavam níveis séricos de 2PY e 4PY dentro dos 25% mais altos tinham risco até duas vezes maior de eventos cardiovasculares adversos maiores nos três anos seguintes em comparação com os pacientes que apresentam níveis dentro dos 25% mais baixos. HRs ajustados de 1,64 (IC 95%; 1,10-2,42) e 2,02 (IC 95%; 1,29-3,18) para 2PY; e 1,89 (IC 95%; 1,26-2,84) e 1,99 (IC 95%; 1,26-3,14) para 4PY.  Leia também: Plástico e risco de eventos cardiovasculares 

Componente genético 

A análise dos pesquisadores também identificou o papel que o gene ACMSD pode ter nesse processo metabólico. Os níveis da proteína VCAM-1, associada às variantes do ACMSD, estaria correlacionada aos níveis de 2PY e 4PY, e o papel que ela desempenha na resposta inflamatória (ajudando os glóbulos brancos a aderirem às paredes dos vasos sanguíneos) contribuiria para formação de placas nas artérias, aumentando o risco de eventos cardíacos graves.  O teste em camundongos demonstrou que isso ocorre com níveis altos de 4PY, mas não 2PY. *Este artigo foi revisado pela equipe médica do Portal.  
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