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Pacientes que sofrem com alguma cardiopatia, como doença arterial coronariana, por vezes passam por um tratamento extenso e precisam tomar medicação constantemente. No entanto, com o decorrer do tempo a aderência aos fármacos pode começar a diminuir, seja pela aparente melhora no quadro clínico ou por falta de memória do indivíduo em seguir o cronograma corretamente.
Como é essencial que o paciente cumpra a agenda de medicação de maneira pontual, pesquisadores realizaram um teste cego e randomizado no intuito de testar se um aplicativo de celular seria eficaz, ou não, na adesão ao tratamento. Para isso, foram escolhidos 163 voluntários diagnosticados com doença arterial coronariana. Os participantes tinham idade média de 57,9 anos, e 87,7% eram homens. Os resultados foram publicados no começo de outubro na revista BMJ Journals.
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Os indivíduos foram designados aleatoriamente em três grupos. O primeiro grupo seguiu a agenda normal de cuidados médicos, o segundo acompanhou a rotina de medicação por meio de um aplicativo na versão básica que relembrava os horários de cada fármaco e o terceiro também manteve a agenda atrelada ao app, porém em uma versão avançada da ferramenta. O levantamento acompanhou os participantes por por três meses. O desfecho primário verificou diferenças na adesão de medicamentos entre os grupos com base nos oito itens contidos na Escala de Adesão Terapêutica de Morisky (MMAS-8). Os desfechos secundários observados foram alteração na pressão arterial e no nível de colesterol nos pacientes.
Após três meses de análise, o levantamento concluiu que pacientes que usaram o aplicativo tiveram maior aderência terapêutica (escore MMAS-8 de 7,11) do que os indivíduos que seguiram a rotina normal de cuidados (escore MMAS-8 de 6,63), e a média de diferença entre os grupos foi de 0,47 (IC95%, [0,12-0,82], p=0,008). Os pesquisadores não observaram diferenças entre o grupo que usou a versão básica do aplicativo em comparação ao da versão avançada, média de diferença foi de -0,16 (IC 95% [-0,56 – 0,24] p=0,428).
Os resultados sugeriram que um aplicativo de lembrete pode ajudar os pacientes com doenças coronarianas crônicas, no entanto mais pesquisas devem ser realizadas para comprovar se os efeitos benéficos se estendem a médio e longo prazo.
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