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Níveis elevados de triglicerídeos estão associados com aumento do risco de eventos cardiovasculares (IAM, AVC e morte), apesar da força dessa relação não ser tão forte como no colesterol. Por isso, em pacientes com risco cardiovascular elevado, a prioridade é o início das estatinas. E o tratamento dos triglicerídeos fica reservado para os pacientes com níveis muito altos.
- Baixo: < 150 mg/dl
- Moderado: 150-500 mg/dl
- Alto: 500-886 mg/dl
- Muito alto: > 886 mg/dl
Há divergência na literatura do valor de corte para iniciar terapia farmacológica, com alguns autores falando em 500 mg/dl e outros 886 mg/dl. De qualquer forma, o primeiro passo é sempre a adoção de hábitos saudáveis, com:
- Redução das calorias da dieta, em especial, com menos ingestão de gordura saturada e frituras.
- Redução consumo bebidas alcoólicas.
- Exercícios físicos regulares e perda de peso.
Quando mesmo assim há indicação de tratamento farmacológico, a primeira linha sempre foram os fibratos, com destaque para fenofibrato, por menor risco de interação com as estatinas. Só que estudos recentes têm mostrado um papel importante dos ômega-3 na redução do TG e, por um estudo mais recente, até do risco cardiovascular! Veja nossa reportagem sobre o REDUCE-IT, o mais importante destes ensaios clínicos até o momento.
A American Heart Association publicou um artigo confirmando o papel do ômega-3, dose de 4g/dia, na redução dos triglicerídeos. Só que esse documento não definiu com certeza se devemos começá-los com TG > 150, 500 ou 880 mg/dl! Da mesma forma, não há estudos comparando fibrato versus ômega-3 nem a associação deles. Por isso, a conduta deve ser individualizada. Nossa sugestão, até saírem novos estudos, é:
- TG > 150 mg/dl = iniciar medidas não farmacológicas
- TG 150-500 mg/dl = se o paciente estiver no perfil do REDUCE-IT e com condições econômicas, associar ômega-3 parece ser benéfico.
- TG > 500-886 mg/dl = tratamento farmacológico, podendo ser fibrato ou ômega-3
Os possíveis riscos do uso de ômega-3 são efeitos gastrointestinais (halitose, dispepsia e diarreia) e sangramento (em teoria, têm discreto efeito antiplaquetário).
Referências:
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