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Cardiologia3 janeiro 2017

Critérios de ressuscitação para parada cardíaca fora do hospital

A sobrevivência de parada cardíaca extra-hospitalar é baixa e as vítimas não devem ser transportadas se as tentativas de reanimação forem irrelevantes.

Por Vanessa Thees

A sobrevivência de parada cardíaca extra-hospitalar é baixa e as vítimas não devem ser transportadas se as tentativas de reanimação forem irrelevantes. O protocolo universal de terminação de ressuscitação (TOR) ajuda a identificar os possíveis sobreviventes.

As diretrizes de TOR recomendam que a rescisão dos cuidados caso, após pelo menos quatro intervalos de dois minutos de ressuscitação cardiopulmonar, três critérios sejam atendidos:

1) a parada não foi testemunhada por um médico do serviço de emergência;
2) não houve retorno da circulação espontânea;
3) nenhum choque elétrico foi dado.

Veja também: ‘Compressões torácicas mais rápidas são mais eficientes?’

No entanto, algumas emergências utilizam apenas a ausência de retorno da circulação espontânea como critério encerrar a ressuscitação cardiopulmonar.

Para comparar as duas regras, pesquisadores utilizaram as informações de um banco de dados com pacientes adultos (≥18 anos) com parada cardíaca extra-hospitalar, entre 2007 e 2011.

Entre os 36.543 casos analisados, 9.467 (28%) foram transportados para hospitais, mesmo sem apresentar retorno da circulação espontânea. Os pacientes que receberam choque ou tiveram a parada testemunhada pela equipe de emergência apresentaram uma sobrevida significativamente maior do que aqueles que preencheram os três critérios de TOR (3,0% vs. 0,7%) e maior sobrevida com boa função neurológica (1,7% vs. 0,3%).

E mais: ‘Parada cardíaca pediátrica extra-hospitalar: RCP ajuda a melhorar o prognóstico?

Entre os sobreviventes com bons resultados neurológicos, 90% tiveram retorno da circulação espontânea em 20 minutos e 99% em 37 minutos.

Os resultados indicam que usar a ausência de retorno da circulação espontânea como um único preditor de rescisão perde potenciais sobreviventes. Os pesquisadores sugerem que os pacientes com parada cardíaca sejam transportados para o hospital caso:

  • apresentem retorno da circulação espontânea;
  • recebam qualquer choque;
  • ou se a parada for testemunhada por um médico do serviço de emergência.

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Referências:

  • Drennan IR et al. A comparison of the universal TOR Guideline to the absence of prehospital ROSC and duration of resuscitation in predicting futility from out-of-hospital cardiac arrest. Resuscitation 2017 Feb; 111:96. (https://dx.doi.org/10.1016/j.resuscitation.2016.11.021)
  • https://www.jwatch.org/na43081/2016/12/21/termination-resuscitation-criteria-out-hospital-cardiac

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