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Na década passada, o uso de stents farmacológicos (drug eluting stent – DES) aumentou exponencialmente, a ponto de muitos médicos de hospitais privados sequer assistirem pacientes com stents convencionais (bare metal stent – BMS).
Certamente, os DES têm maior eficácia, pois o risco de reestenose é infinitamente melhor. Em certos cenários, como pacientes diabéticos e lesões complexas, seu uso mudou a história natural da doença. O problema é hoje a soma de dois fatores: (1) após um DES, há necessidade de dupla antiagregação plaquetária (DAPT) por no mínimo 6 meses (quiçá 1 ano!) e (2) quase todas as lesões coronarianas hoje são tratadas no meio privado com DES (mesmo as de menor complexidade!).
Por conseguinte, crescem os casos de pacientes que colocaram um DES, estão sob DAPT há menos de 6-12 meses, e apresentam alguma doença que necessite da interrupção da DAPT, como sangramento ou uma cirurgia não cardíaca. O que fazer então? Este texto foca no paciente em pré-operatório de cirurgia não cardíaca.
Manejo do paciente em dupla antiagregação plaquetária
Primeiro passo: a cirurgia é adiável? Se sim, deixe passar 6 a 12 meses, suspenda o inibidor do P2Y12, e siga com o procedimento.
Segundo passo: qual o risco de haver trombose do stent?

Terceiro passo: e qual o risco de sangramento na cirurgia?

Quarto passo: defina sua conduta.

*Antiagregantes plaquetários venosos: tirofiban, epitifibatide, cangrelor.
Adaptado de: Rossini et al Perioperative management of antiplatelet therapy in patients with coronary stents undergoing cardiac and non-cardiac surgery: a consensus document from Italian cardiological, surgical and anaesthesiological societies. EuroIntervention, 10 (2014), pp. 38–46; Banerjee et al. Use of Antiplatelet Therapy/DAPT for Post-PCI Patients Undergoing Noncardiac Surgery. JACC 69(14): 1861-70.
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