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Anestesiologia19 fevereiro 2020

Qual técnica anestésica utilizar para fístula arteriovenosa na hemodiálise?

A primeira opção para acesso vascular para a realização de hemodiálise é a confecção de uma fístula arteriovenosa. Ela representa o acesso mais confortável.

A primeira opção para acesso vascular para a realização de hemodiálise é a confecção de uma fístula arteriovenosa (FAV). Ela representa o acesso mais confortável e de fácil utilização. Uma fístula bem feita e pérvia poupa o paciente de muitos desconfortos, tanto físicos, como emocionais e financeiros.

Estabelecer uma fístula de boa qualidade e que permaneça eficiente por um longo período de tempo é a melhor opção para pacientes que necessitam realizar hemodiálise. Porém, estudos demonstram que, em média, até 50% dos pacientes irão perder o acesso vascular em até um ano. Estatística bastante e alta e preocupante.

cirurgiã preparada para anestesia para fístula arteriovenosa

Fístula arteriovenosa

A realização da FAV pode ser realizada tanto com bloqueio local, pelo próprio cirurgião, como com bloqueio de plexo braquial. Porém o bloqueio de plexo braquial apresenta muito mais vantagens principalmente em relação à qualidade da fístula do que os bloqueios locais.

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Sabe-se que com a instalação do bloqueio do plexo braquial ocorre uma maior vasodilatação no membro anestesiado com maior aporte de fluxo sanguíneo para o mesmo, o que torna a confecção do acesso vascular mais fácil e muito mais eficiente, com chances bem menores de perder sua qualidade durante o tempo. Alguns guidelines sugerem sempre a realização do bloqueio braquial em detrimento ao bloqueio local. Todavia isso ainda não é institucionalizando, cabendo a equipe decidir qual conduta seguir.

Estudos envolvendo diversas unidades de patologias renais que realizam com frequência a confecção de FAV para hemodiálise evidenciaram que a maioria dos pacientes são submetidos ao procedimento com anestesia local. Os fatores mais comuns descritos por essas instituições para a preferência da técnica foi, principalmente, a falta de tempo, pois o bloqueio de plexo leva mais tempo para ser realizado. Preferência do cirurgião, assim como falta de ambiente cirúrgico adequado a disposição, falta de recursos, falta de dominação da técnica pelo profissional anestesista e falta de equipe anestésica também foram fatores descritos para a não realização rotineira do bloqueio neural.

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Apesar de muitas instituições terem consciência dos maiores benefícios da técnica de bloqueio, ainda há bastante recusa na sua realização. Decisões sobre o tipo de anestesia a ser realizada estão relacionadas a diversos fatores, como expertise, preferência, habilidade e normatização por pate do profissional. Por isso, apesar dos fatos evidenciarem benefícios em relação a uma determinada técnica, ainda é de escolha exclusiva do profissional qual ele irá utilizar.

Portanto, a realização do bloqueio de plexo braquial para confecção de FAV apesar de benéfico é variada e influenciada por uma gama de fatores limitantes para a utilização desta técnica rotineiramente nas unidades específicas, apesar da disponibilidade de profissionais habilitados para a sua realização.

Referências bibliográficas:

  • Armstrong C. Wilson L. Elliott C. A. Fielding C. A. Rogers F. J. Caskey R. J. Hinchliffe R. Mouton et all.Regional anaesthesia practice for arteriovenous fistula formation surgery.Anesthesia.06 February 2020
  • Schmidli J, Widmer MK, Basile C, et al. Vascular access: 2018 clinical practice guidelines of the european society for vascular surgery (ESVS). European Journal of Vascular and Endovascular Surgery 2018; 55: 757–818
  • Bylsma LC, Gage SM, Reichert H, et al. Arteriovenous Fistulaefor haemodialysis: a systematic review and meta-analysis ofefficacy and safety outcomes.European Journal of Vascular andEndovascular Surgery2017;54: 513–22
  • Aitken E, Jackson A, Kearns R, et al. Effect of regional versus local anaesthesia on outcome after arteriovenous fistula creation: a randomised controlled trial. Lancet 2016; 388: 1067–74
  • National Institute for Health Research Health Technology Assessment Programme. 19/25: anaesthesia for arteriovenous fistula formation. London: National Institute for Health Research, 2019
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