O Boletim Epidemiológico Especial sobre Coronavírus, publicado pelo Ministério da Saúde nesta segunda-feira, dia 6, traz as orientações para a adoção de ações diferenciadas relacionadas ao distanciamento social por estados e municípios, a partir de distintos cenários.
Neste boletim, foram considerados os critérios epidemiológicos, a disponibilidade de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), leitos e profissionais de saúde, visando sempre o retorno gradual às atividades laborais com segurança, evitando uma explosão de casos de Covid-19 sem que o sistema de saúde local tenha tempo de absorver a grande demanda.
Distanciamento Social Ampliado
Atualmente, a medida utilizada pela maioria das regiões do país é o Distanciamento Social Ampliado (DAS), quando todos os setores da sociedade precisam permanecer em suas residências enquanto durar a decretação da medida pelos gestores locais.
Esse método deve ser utilizado em lugares onde o número de casos confirmados tenha impactado mais que 50% da capacidade instalada do sistema de saúde local.
Essa medida deve continuar até que o suprimento de equipamentos e as equipes de saúde estejam disponíveis em quantitativo suficiente para promover seguramente a transição para a estratégia de Distanciamento Social Seletivo (DSS).
Distanciamento Social Seletivo
Já nos locais onde os casos confirmados não tenham impactado a capacidade do sistema de saúde em mais de 50%, o Ministério da Saúde indica a transição para o Distanciamento Social Seletivo.
Nestes casos, apenas alguns grupos permanecem isolados, com atenção aos de maior risco de agravamento da Covid-19, como pessoas acima de 60 anos, portadores de doenças crônicas ou condições de risco, como obesidade e gestação. Pessoas abaixo de 60 anos podem circular livremente, se estiverem assintomáticos.
“As medidas devem ser proporcionais à realidade apresentada em cada município região e capital. Discutimos melhor com os estados e municípios de maneira em que não se tomasse medidas idênticas para situações completamente diferentes”, pontuou João Gabbardo, secretário-executivo do Ministério da Saúde, que complementou que foram criados parâmetros de circulação de vírus e de utilização de leitos que possam possibilitar que o gestor tome essas medidas de quarentena com mais segurança.
Até o momento, somente os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará, Amazonas e Distrito Federal apresentam situação próxima entre a ocorrência de epidemia localizada para evolução a proporções maiores.
O país, de uma forma geral, se encontra na fase de epidemias localizadas. A duração e a gravidade de cada fase da pandemia poderão variar dependendo da resposta local de saúde pública.
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Dados atualizados de Covid-19
Mundialmente, até o dia 6 de abril de 2020, foram confirmados 1.210.956 casos de Covid-19 e 67.594 óbitos, com taxa de letalidade de 5,6%.
Já no Brasil, até a mesma data, foram confirmados 12.056 casos de Covid-19 e 553 óbitos, com taxa de letalidade de 4,6%.
Dentre os 553 óbitos confirmados até o momento, 440 já possuem investigação concluída. Destes, 255 (58,0%) foram do sexo masculino. Com relação à idade, 356 (81%) dos casos que evoluíram para óbito tinham idade igual ou superior a 60 anos.
Dentre o total de óbitos investigados, 78% apresentavam, no mínimo, um fator de risco. A cardiopatia foi a principal comorbidade associada e esteve presente em 237 dos óbitos, seguida de diabetes (em 169 óbitos); pneumonia (57) e doença neurológica (39). Em todos os grupos de risco, a maioria dos indivíduos possuía 60 anos ou mais, exceto para obesidade, puérpera e síndrome de Down.
*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED
Referências bibliográficas:
- https://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2020/April/06/2020-04-06—BE7—Boletim-Especial-do-COE—Atualizacao-da-Avaliacao-de-Risco.pdf
- https://covid.saude.gov.br/
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