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Devido a pouca oferta de serviços de emergência ginecológica, é bastante comum que em emergências de clínica médica sejam atendidas mulheres com sangramento uterino anormal. Mas que tipo de cuidado um médico generalista pode fornecer a essas mulheres numa emergência de clínica médica?
De acordo com o Manual de 2016 do Ministério da Saúde, ao atender uma mulher com sangramento ginecológico é fundamental descartar a possibilidade de gravidez, que pode ser feito com amostra de urina ou sérica. Se confirmada a gravidez, é importante referenciá-la a um centro ginecológico, devido a possibilidade de aborto. Quando descartada a gravidez, deve-se cogitar quais as principais causas do sangramento naquela mulher.
Mais comumente, temos como causa de sangramento miomatose uterina ou disfunções hormonais. É importante interrogar a paciente se ela possui doença de base ou usa algum anticoncepcional.
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Para sangramentos muito intensos, deve ser feito ácido tranexâmico 500 mg de 6/6h caso a paciente não possua contraindicações, como coagulação intravascular ativa ou vasculopatia oclusiva. Outra opção é o uso de estrogênio, a fim de combater a atrofia endometrial, responsável por boa parte dos sangramentos disfuncionais. Pode ser administrado estradiol 4mg/dia ou estrogênio conjugado 2,5 mg/dia até cessar o sangramento; porém comumente é mais fácil a terapia hormonal com anticoncepcionais combinados cuja dose é de 1 cp de 6/6h até cessar o sangramento, seguida de manutenção de anticoncepcional contínuo até investigação da causa do sangramento, para que essa seja feita ambulatorialmente.
Pode ainda ser feito, em associação com o anticoncepcional ou sozinho, o uso de anti-inflamatórios comuns, como ibuprofeno e diclofenaco em doses plenas.
O sangramento uterino é uma queixa que, além de comum, causa preocupação nas mulheres. O profissional deve estar treinado para uma escuta ativa de como a mulher se sente diante dessa situação, o que ela acredita ser a causa e como está sua saúde mental, já que sangramentos disfuncionais também são associados a problemas emocionais.
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Referências:
- Protocolos da Atenção Básica – Saúda das Mulheres, Ministério da Saúde, 2016
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