Diretrizes internacionais de ressuscitação recomendam o manejo de temperatura de 33 ºC a 37 °C em pacientes inconscientes com parada cardíaca extra-hospitalar durante pelo menos 24 horas, mas a duração ideal ainda é incerta.
Pensando nisso, pesquisadores realizaram um estudo multicêntrico randomizado em 10 unidades de terapia intensiva de 10 hospitais universitários em seis países europeus. Trezentos e cinquenta e cinco pacientes adultos (idade média de 60 anos; 83% homens) inconscientes com parada cardíaca fora do hospital foram inscritos de 16 de fevereiro de 2013 a 1º de junho de 2016, e acompanhados até 27 de dezembro de 2016.
Os pacientes foram randomizados para manejo da temperatura (33 ± 1 °C) por 48 horas (n = 176) ou 24 horas (n = 179), seguido de um reaquecimento gradual de 0,5 °C por hora até atingir 37 °C. O desfecho primário foi o resultado neurológico aos 6 meses.
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Mais pacientes no grupo de 48 horas tiveram um desfecho favorável, mas isso não foi estatisticamente significante. A mortalidade aos 6 meses não diferiu entre os grupos. Eventos adversos foram mais comuns no grupo de 48 horas. Também não houve diferença significativa no tempo de mortalidade (hazard ratio, 0,79; IC de 95%, 0,54-1,15; p = 0,22). A duração média da permanência na UTI (151 versus 117 horas; p <0,001) foi maior no grupo de 48 horas, mas não o tempo de internação (11 versus 12 dias, p = .50).
Pelos achados, os pesquisadores concluíram que a hipotermia terapêutica pós-PCR por 48h não foi melhor que 24h no desfecho neurológico.
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Referências:
- Kirkegaard H, et al “Targeted temperature management for 48 vs 24 hours and neurologic outcome after out-of-hospital cardiac arrest: a randomized clinical trial” JAMA 2017; DOI: 10.1001/jama.2017.8978.
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