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Cardiologia10 abril 2019

Entenda os riscos da má alimentação para a saúde

Um estudo recente analisou como a má alimentação influencia na mortalidade e morbidade debilidade ou morte prematura. Confira os resultados.

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A alimentação tem grande impacto na saúde, um efeito muitas vezes negligenciado por alguns profissionais de saúde na prática diária. Quantas vezes na consulta você detalha o que seu paciente está comendo? Ou o que ele entende que é saudável? Um estudo recente no Lancet reforça a importância da dieta na saúde. Os autores realizaram uma metanálise de estudos sobre hábitos alimentares, má alimentação, mortalidade e morbidade, esta última medida pelo “disability-adjusted life-years (DALYs)”, um índice que estima o número de dias perdidos em um ano por doença, debilidade ou morte prematura.

Leia maisOrtorexia: quando a alimentação saudável vira transtorno alimentar

O ponto forte da pesquisa foi uma “peneira” minuciosa, incluindo apenas estudos longitudinais, de 195 países pelo mundo (!!!) e que detalharam as definições de cada nutriente avaliado. A ideia é ter, mais que uma pesquisa, um censo do padrão alimentar nas diferentes regiões do mundo.

Quais hábitos alimentares foram considerados?

HábitoObservaçãoQuantidade “Saudável”
FrutasNão inclui sucos200-300 g/dia
VegetaisNão inclui legumes ou batata290-430 g/dia
Legumes50-70 g/dia
Grãos integraisInclui “in natura” ou em alimentos como biscoitos e bolos100-150 g/dia
Amendoim e castanhas16-25 g/dia
LeiteExclui soja ou os vegetais350-520 g/dia
Carne vermelha“In natura” ou processada18-27 g/dia
Bebidas com açúcarRefrigerantes, energéticos e sucos!!!0-5 g/dia
FibrasQualquer tipo ou fonte19-28 g/dia
SódioEstimado pela urina-24h1-5 g/dia
Ômega-3 de origem marinha200-300 g/dia
Gordura polinsaturadaÓleos vegetais e de soja9-13% das calorias/dia
Gordura trans0-1% das calorias/dia

Vocês estranharam essas quantidades “saudáveis”? Nós também, mas foi assim que o estudo foi feito!

O que eles encontraram?

  • A má alimentação foi responsável por 10 milhões de mortes no mundo ou 22% de todas as mortes, sendo a doença cardiovascular a mais comum. Só para terem uma ideia, é mais do que as mortes estimadas pelo cigarro (8 milhões)!
  • No mundo como um todo, os maus hábitos alimentares com maior impacto na mortalidade foram excesso de sódio e baixo consumo de alimentos integrais e frutas. Por outro lado, os “maus hábitos” mais comuns foram excesso de sódio, excesso de bebidas açucaradas (refrigerantes e cia) e de carne vermelha.
  • As castanhas e amendoins e os grãos integrais são o padrão alimentar que mais precisa melhorar no mundo como um todo.
  • Os locais onde a má alimentação teve maior impacto na mortalidade foram Rússia, ex repúblicas soviéticas, norte da África e Indonésia. Porém, no Japão, Coreia do Sul, Espanha, França e Suíça, o impacto da má alimentação na saúde foi o menor entre os países estudados!
  • De modo regional, as principais observações foram:
  • Nas Américas se come muita carne.
  • América Latina, África subsaariana e sudeste asiático comem bem legumes.
  • No sudeste asiático consome-se bem peixes ricos em ômega-3 marinho.
    • Há boa ingestão de vegetais na região central da Ásia.

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Referências:

  • AFSHIN, Ashkan. Health effects of dietary risks in 195 countries, 1990–2017: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2017. DOI:https://doi.org/10.1016/S0140-6736(19)30041-8

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